Aldeia Pintada Por Outros leva cinco artistas a pintar paredes na Batalha
Cinco paredes da aldeia da Torre, no concelho da Batalha, vão ser pintadas por cinco artistas entre setembro e outubro, na iniciativa Aldeia Pintada por Outros. Mantraste, Jaime Ferraz, Mariana Malhão, Hera e Frio integram a programação da proposta da associação Aldeia Pintada, que pretende “presentear os habitantes locais e todos os que visitam a Torre”, como, também, ser “uma ponte para o acesso a novas formas de expressão artística, um convite à socialização e uma oportunidade de valorizar a identidade deste lugar”.
Diogo Monteiro, um dos elementos da Aldeia Pintada, explicou à agência Lusa que a iniciativa surge na sequência das pinturas feitas anteriormente na Torre, “sempre pegando em histórias, lendas e na matéria que existe na própria aldeia”.
“Agora, a ideia é convidar outros artistas de fora para virem reinterpretar estas histórias e pintar cinco fachadas que se encontram aqui no interior da aldeia da Torre”.
A programação integra “três nomes mais no panorama da pintura mural e da ilustração e que eventualmente são mais reconhecidos a nível nacional”, casos de Mantraste, Jaime Ferraz e Mariana Malhão, mas também artistas da região, como Hera, de Porto de Mós, e Frio, de Leiria.
Cada artista escolheu uma das paredes disponíveis e vai desenvolver aí uma obra original a partir de um conjunto de temas propostos ou do contexto da fachada.
“Mas também há liberdade para explorar outros temas e para estar em contacto com as pessoas da aldeia e vir à aldeia fazer o trabalho [de preparação]”, acrescentou o organizador.
O arranque de Aldeia Pintada Por Outros acontece com Hera, a 02 de setembro, seguindo-se Mantraste a partir do dia 16. Jaime Ferraz entra em ação no dia 23 de setembro e Frio e Mariana Malhão desenvolvem as suas criações entre 30 de setembro e 04 de outubro.
Mais tarde, em data a anunciar, haverá um evento que encerrará a iniciativa, com apresentação das novas paredes e exibição de um vídeo sobre todo o processo.
“Estamos a estipular semanas para cada um; eventualmente, quando um terminar, começará a semana do artista seguinte e as pessoas são convidadas a poder passar por ali, ver o trabalho a ser desenvolvido, falar com o artista”, detalhou Diogo Monteiro.
As cinco novas paredes a pintar na Torre juntam-se às diversas que têm sido acumuladas desde 2020, quando o projeto Aldeia Pintada nasceu, durante a pandemia.
Entretanto, foi constituída uma associação cultural que dinamiza ações pela “preservação e divulgação do vasto património imaterial da aldeia da Torre”.
Esse património é “estímulo para intervenções artísticas” que “contam histórias e fazem a ligação entre o passado e o presente”, garantindo a fixação de “memórias que se vão perdendo com o desaparecimento das pessoas mais antigas da aldeia”.
“Temos alguns murais, com paredes mais consolidadas e outras que são pequenas pinturas espalhadas quase como um jogo para descobrir pela aldeia”.
Como cerca de 30 cabras pintadas que “convidam as pessoas a aventurarem-se pelas ruas, até as mais pequenas e não tão conhecidas, à procura delas”, concluiu Diogo Monteiro.