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Município reabilita mais de uma centena de fontanários em Castanheira de Pera

109 fontanários, património e símbolo identitário em quase todas as localidades, vão ser alvo de um projeto de reabilitação.

O município de Castanheira de Pera prepara-se para dar início a um importante projeto de reabilitação dos 109 fontanários existentes no concelho, considerados um símbolo da identidade coletiva das localidades.

Datados, na sua maioria, dos anos 60 e 70 os fontanários representam um “bem patrimonial existente em quase todas as localidades, que à época seria o ponto único de fornecimento de água para uma parte substancial da população” e que o município se propõe agora conservar.

Em declarações ao nosso jornal, o presidente da Câmara Municipal de Castanheira de Pera explicou que “dado o uso intensivo com que eram utilizados, surgiam danos que foram sempre prontamente reparados pelo município”. “Com a generalização do abastecimento de água canalizada às residências particulares, acompanhando a substancial melhoria das condições de vida da população na região e no país, os fontanários entraram em desuso”, justificou.

Embora ainda “funcionais”, a maioria dos fontanários carecem de obras de conservação. Através do levantamento realizado pela autarquia, foram identificados problemas como “fissuras, necessidade de pintura e outras pequenas intervenções”. “Os principais problemas adjacentes aos fontanários públicos são, sobretudo, pequenos danos que necessitam de intervenção para a conservação dos mesmos”, esclareceu António Henriques.

Além disso, frisou, as torneiras instaladas apresentam “débitos de caudais desajustados à realidade atual”, tanto no que se refere às “preocupações ambientais com a poupança de água e o combate ao desperdício, como ao perfil de consumo”.

Neste sentido, o município pretende “proceder à colocação de torneira de pressão e a medidores de caudal em cada uma destas infraestruturas, de forma a haver mais controlo dos consumos e maior eficiência na  deteção de ruturas ou anomalias na rede predial”, realçou o autarca, acrescentando que “sendo a gestão da rede pública de abastecimento de água responsabilidade delegada pelas autarquias na APIN - Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior, E.I.M., S.A., os fontanários são propriedade municipal cuja manutenção compete ao município”.

Com o projeto, o município pretende, primeiramente, cuidar do património municipal que se encontra em todas as localidades do concelho.

Fontanários fazem parte da “identidade das aldeias e dos lugares”

Embora de “arquitetura simples”, os fontanários não deixam de ser “obras de arte que fazem parte da identidade das aldeias e dos lugares”, declarou António Henriques.

“Temos a noção do valor deste património para as comunidades quando os cortes de água verificados em vários fontanários levantaram acesas e justas reclamações dos moradores das aldeias, reclamando a reposição do abastecimento da rede gerida pela APIN”, acrescentou.

No entender do executivo municipal, é “dever” das autarquias “assegurar o acesso das populações ao bem essencial”, através da “manutenção do funcionamento destas estruturas de serventia pública e coletiva”.

“O bom zelo do património na projeção de uma imagem cuidada e mais atrativa”, é o resultado que o município pretende com este projeto, até porque, segundo considerou o autarca, “seria um contrassenso promover a revitalização das aldeias, na melhoria da vida local e no incentivo à fixação de novos residentes, assim como na dinamização de novos circuitos turísticos alargados nas caminhadas e nos percursos pedestres a outros pontos de interesse dispersos pelo território, se nas fontes e fontanários não correr água e tiverem aspeto de desmazelo”.

As obras de conservação dos 109 fontanários existentes no concelho estão previstas arrancar no último trimestre deste ano, com um investimento estimado entre “75 e 80 mil euros”.

O projeto está inserido “na estratégia mais ampla da vereação municipal para a revitalização das aldeias, que inclui intervenções diversas das quais se destacam a criação de Áreas de Reabilitação Urbana (ARU), os Condomínios de Aldeia e a instalação de novos equipamentos e mobiliário urbano nos arruamentos e áreas de lazer”, como por exemplo os “separadores de contentores do lixo, painéis informativos, bancos de jardim e outros, no âmbito da conceção do projeto Aldeia Viva”, adiantou.

Agosto 30, 2024 . 18:33

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