Federação Nacional dos Médicos exige que Ana Paula Martins seja substituída por alguém que consiga servir o SNS
A presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) acusou hoje Ana Paula Martins de "falta de diálogo e de soluções" e, por isso, exige “um ministro ou uma ministra que perceba de saúde e consiga servir o SNS [Serviço Nacional de Saúde]”.
Joana Bordalo e Sá falava aos jornalistas, no Porto, a propósito da greve de dois dias que começou hoje e que admite irá causar “constrangimentos a nível dos vários serviços, sobretudo ao nível da atividade programada, seja a nível das consultas, nos centros de saúde, hospitais e também da cirurgia programada”.
A dirigente da FNAM acredita que vai haver uma forte adesão, “tendo em conta também a desmotivação e a revolta que existe por parte dos médicos”.
Em seu entender, “a única coisa que este Mistério da Saúde programou para os médicos do serviço público de forma unilateral, teve consequências desastrosas, ao alterar as regras dos concursos. Assim, a esmagadora maioria dos especialistas que acabaram a especialidade em março, há meio ano, ainda está por colocar, numa altura em que faltam tantos médicos”.
“Quando faltam médicos nas escalas e nas urgências, não é porque os médicos estão de férias, é mesmo porque faltam médicos e este Ministério de Ana Paula Martins nada fez para os garantir e, por isso, nós também não nos cansamos de repetir que exigimos um ministro ou uma ministra que perceba de saúde e que consiga servir o Serviço Nacional de Saúde"
A Fnam defende também que “os novos médicos internos voltem a fazer parte da carreira porque eles estão fora e não estão protegidos e são 11.000 médicos em 32.000 do SNS, ou seja, 1/3 da nossa força de trabalho”.
“Temos aqui um leque de soluções, mas o Ministério da Saúde e Ana Paula Martins mantêm esta atitude de teimosia de não ouvir os profissionais, não ouvir os médicos e não abraçar pelo menos algumas das suas soluções”, disse.
Além desta greve de dois dias, realiza-se a partir das 15:30 uma manifestação nacional em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, para a qual a Fnam convida todos os profissionais e utentes por considerar que não é apenas uma questão da luta da melhoria das condições de trabalho dos médicos, “é uma luta pelo Serviço Nacional de Saúde que a Federação Nacional dos Médicos defende como sendo pública, acessível, universal, de qualidade e tem que chegar a todos”.