Cientistas criam novo fármaco para combater parasita mais agressivo da malária
Uma equipa de investigadores criou um novo medicamento contra o mais agressivo parasita da malária, o Plasmodium falciparum, que em 2022 causou quase 619.000 mortes em todo o mundo, indicou hoje a Universidade da Califórnia - Riverside.
Designado MED6-189, o novo fármaco mostrou ser eficaz contra estirpes sensíveis e resistentes de P. falciparum “in vitro”, bem como em ratos modificados para terem sangue humano, segundo um comunicado do estabelecimento de ensino superior norte-americano.
O trabalho, liderado por cientistas da UC Riverside, UC Irvine e Yale School of Medicine, é divulgado esta semana na revista científica Science, num artigo intitulado “A Potent Kalihinol Analogue Disrupts Apicoplast Function and Vesicular Trafficking in P. falciparum Malaria”.
Em colaboração com Choukri Ben Mamoun, professor de medicina e patogénese microbiana na Escola de Medicina de Yale, a equipa também testou o composto contra o P. knowlesi, um parasita que infeta macacos, tendo descoberto que funcionou como se pretendia, limpando os glóbulos vermelhos do macaco contaminados pelo parasita.
“A equipa planeia continuar a otimizar o MED6-189 e a revalidar os mecanismos de ação do composto usando uma abordagem de biologia de sistemas”, segundo comunicado.
Participaram na investigação, além de Le Roch, Vanderwal e Ben Mamoun, cientistas do Stowers Institute for Medical Research em Kansas City e da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, bem como da empresa farmacêutica britânica GSK.
Também conhecida como paludismo, a malária é transmitida através da picada de mosquitos Anopheles infetados. África é a principal fonte mundial das infeções, sendo responsável por cerca de 95% das mortes a nível mundial e 94% dos casos até 2022.