Direção dos bombeiros da Ajuda em Lisboa pede ajuda para pagar salários
Os bombeiros da Ajuda, em Lisboa, vivem “uma situação financeira dramática” e correm o risco de não receber o ordenado deste mês, tendo já feito vários pedidos de ajuda, disse hoje à agência Lusa a vice-presidente da corporação.
As dificuldades financeiras da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (AHBV) são uma realidade desde, pelo menos, o início do ano, mas “agudizaram-se nos últimos dias” segundo relatou à Lusa a vice-presidente, Cristina Santos.
A responsável explicou que a atual direção, que tomou posse em maio, “herdou muitas dívidas” da direção anterior, mas que contou com a ajuda financeira de “um senhor benemérito do Algarve” que, entretanto, “desistiu de ajudar”, por divergências com o comandante em regime de substituição.
Alguns dos bombeiros da corporação estarão também, segundo a vice-presidente, a ser instigados a revoltar-se contra a atual direção, quer pelo “benemérito”, quer pelo anterior comandante.
“Ontem [quarta-feira] à tarde pedimos para fazer um serviço e os próprios bombeiros recusaram-se a fazer o serviço, porque alegam que não lhes vão pagar [os salários]. Alguém lhes foi dizer, não foi a direção atual porque estamos a fazer o possível e o impossível para que eles não fiquem sem ordenado no final deste mês”
Cristina Santos disse ainda que, face a esta situação “dramática”, a direção dos bombeiros da Ajuda já contactou várias entidades, entre elas a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal de Lisboa, aguardando uma resposta.
Contactada pela Lusa, fonte da Câmara de Lisboa, presidida pelo social-democrata Carlos Moedas, disse estar a “acompanhar o caso” e “em contacto permanente com o comando e com a direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Ajuda”, mas ressalvou que a autarquia está “legalmente impedida de apoiar financeiramente custos de gestão corrente de entidades terceiras”.