Barreiras percebidas à participação em atividades físicas por parte de indivíduos com Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental (“deficiência intelectual”)
Indivíduos com Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental tendem a adotar um estilo de vida sedentário e inativo, responsável pela baixa aptidão física e risco aumentado de doenças crónicas. Uma razão para a prevalência desses estilos de vida é a existência de barreiras à participação em atividade física.
Com o objetivo de realizar um levantamento específico das barreiras, Jacinto et al. (2021) realizaram uma revisão sistemática da literatura. Após o processo metodológico, as principais barreiras à atividade física percebidas pelos indivíduos com Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental, pelas suas famílias, cuidadores/técnicos, ou mesmo na perspetiva de investigadores, podem ser sistematizadas em fatores pessoais (6 barreiras encontradas), familiares (4 barreiras encontradas), sociais (13 barreiras encontradas), financeiros (1 barreira encontrada) e ambientais (1 barreira encontrada). As barreiras sociais à prática de atividade física são aquelas que apresentam um maior conjunto de tópicos, ou seja, nós sociedade, continuamos a ser o maior entrave para a inclusão e integração plena, no que ao contexto de atividade física diz respeito.
Sabendo que o caminho ainda é longo e que ainda há muito por fazer, acreditamos que Leiria tem vindo a fazer esforços no sentido de diminuir/atenuar essas barreiras. Por um lado, a construção do pavilhão do Lis constitui uma estratégia inédita e inovadora que pode permitir a prática de atividade física sem constrangimentos. Por outro lado, a Escola Superior de Educação e Ciências Sociais – Politécnico de Leiria tem sido um exemplo de boas práticas, seja na formação (com uma Unidade Curricular de Atividade Física Adaptada, na licenciatura de Desporto e Bem-Estar, e uma Pós-Graduação em Desporto Atividade Física Adaptados) ou na criação de projetos inovadores, como é o exemplo do “Desporto Para Todos Na ESECS” ou do “SUPerMente”, uma simbiose perfeita entre aquilo que é a academia e o contexto real.
Conscientes da utopia de uma prática efetiva de atividade física sem a existência de barreiras por parte de indivíduos com Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental, é de salientar a importância dos fatores pessoais, interpessoais, organizacionais, comunitários e de políticas públicas na estruturação e implementação de estratégias para a diminuição/atenuação destas barreiras.