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Projeto apoia integração de crianças e jovens imigrantes em Ansião, Alvaiázere e Penela

Com o objetivo de promover a convivência intercultural e combater a xenofobia, o projeto ‘Crianças sem fronteiras’ vai apoiar as crianças e jovens imigrantes em vários concelhos

O projeto ‘Crianças sem fronteiras’ vai apoiar, a partir de novembro, a integração de crianças e jovens imigrantes nos concelhos de Ansião, Alvaiázere e Penela, para promover a convivência intercultural e combater a xenofobia.
A diretora pedagógica da Escola Tecnológica e Profissional de Sicó (ETP Sicó), Edite Ferreira, disse à agência Lusa que a ideia surgiu após a constatação do “cada vez maior número de imigrantes e, nomeadamente, crianças e jovens imigrantes que têm chegado ao território de Ansião, Alvaiázere e Penela”.
A ETP Sicó, entidade promotora do projeto, tem sede em Avelar, no concelho de Ansião e polos em Alvaiázere (Leiria) e Penela (Coimbra). Segundo Edite Ferreira, aquele “número tem sido crescente, com algumas dificuldades depois evidenciadas em termos de integração das famílias no seu todo”.
“Mas, acreditando que as crianças e os jovens são os principais agentes que ajudam à integração também das famílias, achámos que seria muito importante estes territórios pensarem um projeto agregador, integrador e que pudesse promover o acolhimento das crianças e jovens num espaço que possa estimular a integração cultural, social, territorial e geográfica”, afirmou esta responsável.
Uma nota de imprensa da ETP Sicó adiantou que “Crianças sem fronteiras” foi uma candidatura apresentada ao programa Portugal Inovação Social, num investimento de 301.246,34 euros com um financiamento público de 240.997,07 euros e uma comparticipação de 60.249,27 euros dos investidores sociais (juntas de freguesia daqueles concelhos e as empresas Odraude e Ascendi).
Além dos investidores sociais, “o projeto contará com o apoio de uma rede de parceiros sociais e com os agrupamentos de escolas de Ansião, Alvaiázere e Penela, que desempenharão um papel ativo na orientação estratégica e operacional do projeto”.
Edite Ferreira realçou o apoio, “desde a primeira hora”, dos agrupamentos de escolas, sem o qual o projeto não avançaria.
A candidatura foi submetida em janeiro, sendo que então o número de crianças e jovens imigrantes naqueles três concelhos era de cerca de 250, referiu a diretora pedagógica, admitindo, contudo, que já está desatualizado.

Projeto quer combater a xenofobia e discriminação
De acordo com a ETP Sicó, o projeto “tem como principal objetivo criar um espaço de educação e integração que promova a convivência intercultural e combata a xenofobia, a discriminação e a exclusão social”, e destina-se a crianças e jovens imigrantes, com idades entre os 3 e os 18 anos, integrados nos agrupamentos de escolas, instituições privadas e instituições particulares de solidariedade social dos tês concelhos.
A iniciativa arranca no dia 4 de novembro e tem a duração de três anos, prevendo-se, neste período, diversas atividades para dotar crianças e jovens de “competências linguísticas, culturais, comportamentais e sociais, essenciais para a sua plena integração na sociedade portuguesa”. Entre as atividades a desenvolver estão, por exemplo, sessões para a aprendizagem de português e línguas estrangeiras e para o conhecimento da história e geografia do país.
Estão igualmente contempladas atividades focadas nas tradições e cultura popular, assim como lúdicas, artísticas e desportivas.
A diretora pedagógica da ETP Sicó salientou que a região precisa de imigrantes, assinalando que muitas empresas “conseguem continuar a laborar graças à mão-de-obra dos pais destas crianças” que vão integrar o projeto.
“Queremos fazer destes territórios, territórios amigos dos imigrantes, é esse o nosso objetivo”, sustentou Edite Ferreira, desejando que a parceria, com entidades públicas e privadas, em 03 de novembro de 2027, quando termina o projeto, permita alcançar uma comunidade integrada, independentemente da nacionalidade.|

Outubro 7, 2024 . 10:00

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