Dia Nacional da BD Portuguesa é celebrado pela primeira vez na sexta-feira
O Dia Nacional da Banda Desenhada Portuguesa é assinalado em Portugal pela primeira vez já esta sexta-feira e a efeméride é acolhida com algum entusiasmo por autores e editores.
A BD portuguesa “tem dado provas recentes de grande crescimento, maturidade, profissionalização e qualidade” e o reconhecimento pela Academia Nacional de Belas Artes poderá permitir, por exemplo, “a valorização das potencialidades pedagógicas” da BD no ensino do Português, sublinhou o Livre.
Paulo Monteiro, autor, editor, diretor do festival de BD de Beja, disse que a celebração deste dia “é mais uma maneira de se falar da banda desenhada, e isso é importante”.
Se pudesse ter escolhido, Paulo Monteiro diria que o Dia Nacional da Banda Desenhada Portuguesa deveria ser a 3 de agosto, dia em que, em 1850, foi publicado, na Revista Popular, “Aventuras Sentimentais e Dramáticas do sr. Suplício Baptista”, do autor Flora, e que é considerada a primeira prancha de banda desenhada.
Em declarações à Lusa, o investigador académico Pedro Moura lamentou que não tenha sido feito "nenhum tipo de discussão transversal" sobre a escolha da data, a não ser aquela referência à decisão da Academia Nacional de Belas Artes.
“A data não é uma efeméride em particular, sobre uma publicação ou o nascimento de alguém – esse alguém deveria ser o [Rafael] Bordalo Pinheiro. […] Não nego que haja valor, [mas] não houve discussão com a comunidade, entre investigadores, autores, editores. Foi uma decisão de um grupo pequeno, ainda bem, mas não reflete a História da Banda Desenhada em Portugal”, disse.
Sobre a relevância deste dia nacional, Paulo Monteiro concorda que servirá para o mercado promover e divulgar banda desenhada.
No início de setembro, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) divulgou um estudo sobre hábitos de leitura e de compra de livros, encomendado à empresa GfK, e que concluía que, nos últimos 12 meses, 22% dos inquiridos tinham comprado banda desenhada.
Nos hábitos de leitura, 11% dos inquiridos disseram ter lido banda desenhada no último ano, numa tabela que era liderada pelo romance. Segundo a APEL, a leitura e a compra de banda desenhada decrescem à medida que a idade do leitor aumenta.