Risco de pobreza ou exclusão social afeta uma em cada cinco pessoas
O risco de pobreza ou exclusão social afeta já uma em cada cinco pessoas em Portugal, alertou hoje a Rede Europeia Anti-Pobreza (REAP), ao lançar uma campanha de sensibilização para um fenómeno que está a agravar-se.
“Em 2023, a taxa de risco de pobreza ou exclusão social mantém o valor face a 2022 (20,1%), mas é acompanhada do aumento efetivo de 20.000 pessoas em situação de risco de pobreza ou exclusão social face ao ano anterior, cifrando-se em 2.104.000 pessoas”, sustenta a organização no relatório de 2024 que hoje divulgou.
Além de medidas políticas, a Rede advoga o envolvimento de toda a sociedade no combate às situações de exclusão, considerando que “é necessária uma intervenção próxima das pessoas, de cada pessoa, de cada família”.
A REAP pede “um novo paradigma social”, um combate coletivo e políticas transversais.
No relatório de 2024, a organização destacou que 1,78 milhões de pessoas vivem com menos de 591 euros por mês, a maioria mulheres (54%).
Mais de metade da população em risco de pobreza tem entre 18 e 64 anos, 24% são idosos, com 65 ou mais anos e 19,5% são crianças e adolescentes, sendo as famílias com crianças dependentes as que representam a maior parte dos agregados em situação de pobreza (56,7%).
De acordo com a mesma análise, a população que vive abaixo do limiar de pobreza é predominantemente constituída por pessoal dos serviços e vendedores (24,3%), operários, artífices e trabalhadores similares (19,5%).
No mesmo relatório, refere-se que 30,5% das famílias não conseguem cobrir despesas inesperadas e 20,8% não conseguem manter a casa adequadamente aquecida.
Por outro lado, verificou-se uma diminuição, de 6,1% para 5,2%, no número de famílias que declaram atrasos em pagamentos regulares relativos a rendas, prestações de crédito ou despesas correntes da residência principal ou outras despesas.
Entre 2015 e 2023, Portugal apresentou uma redução significativa do risco de pobreza ou exclusão social, enquadrando-se no grupo de países que mais progrediram neste indicador na União Europeia.
O relatório apresenta uma leitura dos dados mais recentes, recolhidos em 2023 e incidindo parcelarmente na realidade da população de 2022.