Município celebrou o “renascimento do Pinhal do Rei”
O município da Marinha Grande realizou terça-feira uma cerimónia de homenagem ao Pinhal do Rei, no dia em que se assinalaram os sete anos desde o incêndio que devastou 86% deste património natural.
O presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, no seu discurso, destacou a importância simbólica do evento, sublinhando o esforço contínuo de reflorestação e preservação da área.
"Hoje [ontem], celebramos o renascimento do Pinhal do Rei. É assim que devemos fazê-lo, lembrando o seu valor histórico e natural, mas projetando-nos num futuro mais sustentável e resiliente", afirmou o autarca.
Para Aurélio Ferreira, a reflorestação do Pinhal deve continuar a ser assegurada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em parceria com o município e outras entidades. “Para além da reflorestação, também contamos com o ICNF para cuidar do Pinhal que restou, ou que já reflorestou, o que nasceu naturalmente, assim como o espaço de lazer e as estradas da mata. Temos consciência da importância que a Marinha Grande tem no contexto da Floresta Nacional”, reforçou.
Por sua vez, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, trouxe uma perspetiva nacional ao evento, referindo-se ao Pinhal de Leiria como "um símbolo da história e do futuro de Portugal".
O presidente da Assembleia da República destacou a necessidade de uma ação concertada para a recuperação da floresta e lembrou que, apesar de a recuperação da natureza ser um processo lento, é crucial que se mantenha o empenho.
"Destruir é fácil, construir é difícil. Exige tempo, sabedoria e empenho de todos", afirmou, reforçando que o Pinhal do Rei deve ser devolvido à sua anterior “grandeza”, mas com planeamento e investimento.
Aguiar-Branco apelou ainda à criação de políticas estáveis e de longo prazo que favoreçam o desenvolvimento sustentável da floresta.
Gonçalo Lopes, presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), reforçou o papel dos municípios da região na recuperação do Pinhal do Rei, destacando a importância de envolver a sociedade civil no processo.
"Queremos que as próximas gerações entendam o valor do Pinhal do Rei e ajudem a preservá-lo", declarou, acrescentando que o Pinhal de Leiria, “plantado há séculos, é mais do que uma floresta. É um símbolo da nossa ligação à terra e ao nosso futuro".
Durante o evento, foi lembrado o impacto devastador do incêndio de 2017, que destruiu não só uma vasta área florestal, mas também um dos elementos mais simbólicos da identidade da região e do país.
No final da cerimónia foram plantados cerca de 200 pinheiros que simbolizam os 200 anos do Pinhal do Rei, com o auxílio de alunos das escolas da Marinha Grande.