Município critica apresentação da Barosa para acolher estação da Linha de Alta Velocidade
Está confirmado. A Barosa é a localização escolhida para a construção da nova Estação Ferroviária de Leiria para servir a alta velocidade. O projeto foi apresentado pela Infraestruturas de Portugal (IP) na cerimónia de adjudicação da concessão para a construção dos primeiros 71 quilómetros da linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa.
Contactado pelo nosso jornal, o vereador que tem, entre outros, o pelouro da Mobilidade, Luís Lopes deixou claro que para o município “não faz sentido” que o processo esteja a ser “empurrado desta forma sem que antes exista o processo de avaliação de impacte ambiental”.
Questionado sobre se considera que a decisão foi precipitada, Luís Lopes reconheceu que tendo em conta o “histórico do processo” deveria “ter havido mais cuidado por parte da IP na gestão deste processo ou pelo menos um bocadinho mais de respeito pela posição do município que é pública”.
“Eles entenderam que era oportuno fazer a apresentação (…) têm essa legitimidade, mas nós não podemos ficar satisfeitos com esta postura”, lamentou.
Considerando que se tratou de “uma apresentação formal” da IP o município admitiu não ter “nada para se pronunciar”, a não ser quando houver “documentação formal”.
O vereador adiantou que o município se encontra a aguardar pela disponibilidade da IP para celebrar os protocolos, sendo fundamentais para “determinar quais as áreas que vão ser trabalhadas,; como vão ser trabalhadas, que acessos vão ser criados, o que acontece à atual estação de Leiria e o que acontece ao troço da linha do Oeste”, esclareceu.
“Sem haver uma proposta formal por parte da IP, tudo o que o município possa dizer é contribuir para este ‘show’ que foi promovido pela IP na apresentação da [Linha de] Alta Velocidade”, vincou.
Quanto a um possível retrocesso nesta decisão, Luís Lopes adiantou que “não pode haver um retrocesso de uma coisa que não existe”. “Retroceder para a estação em Leiria não me parece que seja viável, porque se o fosse eles teriam apresentado essa solução”, realçou.
Estudo de Impacte Ambiental vai ditar escolha
Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes adiantou ser “possível considerar a Barosa como a solução oficial para a Linha de Alta Velocidade após o Estudo de Impacte Ambiental desta opção e a celebração do contrato de colaboração”.
Sobre se entende que esta é a melhor solução para o concelho, Gonçalo Lopes, realçou que a “construção de uma nova estação obriga à criação e otimização tanto de acessibilidades regionais como locais”, destacando “a importância de requalificação da EN [Estrada Nacional] 242 e a necessidade de garantir soluções apropriadas para a ligação desta via à cidade”.
O líder do executivo leiriense considera ainda ser “necessário criar uma rede de transporte público de passageiros e a uma rede de infraestruturas dedicada aos modos suaves, estabelecendo a ligação com a cidade e integrando nestas redes os troços a desativar da Linha do Oeste”.
No que respeita à atual estação, “os terrenos e o edificado no meio urbano envolvente deverão ser adequadamente reafetados e importará também garantir que as propostas de alteração de uso do edifício da atual Estação devem privilegiar soluções que garantam a utilização coletiva do mesmo”, explicou.
Gonçalo Lopes destacou a “dimensão regional” da infraestrutura, bem como a “possibilidade de criação de uma nova área de desenvolvimento urbano, sem necessidade de demolição de edificado”.
Por outro lado, o autarca reconhece que a localização da Barosa “permitiria a paragem de um maior número de comboios de alta velocidade”.
Como desvantagem, o presidente do município aponta o facto de se situar “longe do centro da cidade”.
Uma vez que “os termos do protocolo de entendimento a celebrar com a IP estão ainda a ser negociados”, o autarca diz ser “prematuro afirmar quais serão as contrapartidas”.
Para além da opção da Barosa, outras das opções que estava em cima da mesa era a requalificação da estação Leiria-Gare.
[…] Fonte: in site Diário de Leiria […]