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Santuário de Fátima divulga obras de arte que formam espólio único

Para Carlos Cabecinhas, “esta dimensão cultural configura-se como dimensão complementar àquela que é a identidade primordial de qualquer santuário como lugar de culto”.

O Santuário de Fátima está a promover a divulgação das obras de arte que integram o seu espólio, considerando que “a linguagem da arte e a via da beleza são caminho imprescindível para a difusão e aprofundamento da mensagem”.
No editorial do jornal oficial do santuário, Voz da Fátima, deste mês de outubro, o reitor Carlos Cabecinhas sublinha que “os documentos do magistério eclesial mais recente sublinham, como uma das dimensões dos santuários cristãos, a dimensão cultural e especificamente artística”.
O sacerdote acrescenta que “os santuários têm sido e continuam a ser ‘centros de cultura’ de inegável importância, nos quais as expressões artísticas encontram lugar de relevo”.
Para Carlos Cabecinhas, “esta dimensão cultural configura-se como dimensão complementar àquela que é a identidade primordial de qualquer santuário como lugar de culto”.
A divulgação das obras de arte do santuário será feita nas páginas do Voz da Fátima, que neste número dedica um vasto espaço à imagem original de Nossa Senhora, criada em 1920 por José Ferreira Thedim.
“A escultura tornou-se num dos ícones marianos mais importantes do catolicismo contemporâneo”, adianta o santuário.
Cabecinhas assegura que, ao longo da sua existência, o Santuário de Fátima “foi procurando conjugar culto e cultura, celebração da fé e expressão artística, nunca perdendo de vista a sua missão eminentemente cultural e de evangelização”.
Em setembro de 2023, o historiador Vítor Serrão defendeu mesmo a candidatura do Santuário a Património da Humanidade da UNESCO, pela qualidade do conjunto monumental e artístico ali existente.
“É um conjunto que concorre, por todos os valores estéticos, espirituais (…) e artísticos, para uma candidatura a Património da Humanidade que o é, de direito pleno”, pelos “vários contributos da melhor mão-de-obra artística do país e também de alguns artistas estrangeiros”, afirmou o historiador de arte na apresentação do livro ‘Fátima e a criação artística: o Santuário e a Iconografia', de Marco Daniel Duarte.
Segundo Vítor Serrão, “o melhor da história da arte em Portugal, o melhor da mão-de-obra artística em Portugal, trabalhou para Fátima. Artistas crentes e não crentes”, sublinhou, citado na página do santuário na Internet.
O historiador de arte considerou que “a qualidade da arquitetura, da pintura, da escultura, dos vitrais, do mobiliário litúrgico e da demais arte” torna Fátima “mais do que um mero lugar de culto e de hierofanias e de grandes movimentos de peregrinação”.
António Teixeira Lopes, Irene Vilar, Lagoa Henriques, Zulmiro de Carvalho, Clara Menéres, José Aurélio, Marko Rupnik, Jorge Barradas, Eduardo Nery, Pedro Calapez, Catherine Greene, Robert Schad, Fernanda Fragateiro, entre outros, são artistas com obras no santuário.
“No Santuário de Fátima – nos seus espaços e através da exposição permanente do Museu do Santuário ou das exposições temporárias – procura-se que a via da beleza seja caminho que permita aceder à mensagem de Fátima e aprofundar o seu sentido”, sublinha o reitor.
No mês de novembro, a Voz da Fátima irá dar destaque coroa preciosa de Nossa Senhora, colocada na imagem que se venera na Capelinha das Aparições.
A história desta coroa começa em 1942, quando um conjunto de mulheres portuguesas quis agradecer a Nossa Senhora de Fátima o facto de Portugal não ter entrado na Segunda Guerra Mundial, que ainda decorria”, informa o santuário.
“Decidiram então doar peças valiosas - colares, pulseiras, anéis, brincos e outras joias - que serviriam para a construção de uma coroa que seria colocada na veneranda imagem”, com a “coroação solene” a ocorrer em 1946.
Em 2010, aquando visita ao Santuário, Bento XVI diante da imagem de Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições, afirmou que “ela estava coroada com as joias das alegrias e as balas das dores da humanidade”.|

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