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A pobreza e o domínio dos interesses

Outubro 21, 2024 . 19:00
"A pobreza cresce em Portugal e não é um acaso, em Portugal dominam os interesses particulares e a má gestão dos governos, com a inutilidade da Assembleia da República"

Esta semana soubemos da adjudicação a um consórcio liderado pela Mota Engil da primeira fase da construção da linha férrea do Porto a Lisboa em bitola ibérica, adjudicação feita à revelia da União Europeia que promove e pagaria 70% da construção do Corredor Atlântico, o qual inclui a linha do Porto a Lisboa se em bitola europeia. Ou seja, o governo da AD segue as pisadas de António Costa e o ministro Pinto Luz as pisadas do ex-ministro Pedro Nuno Santos, ao optar pela ilha ferroviária portuguesa e endividar o País com mais uma parceria público privada a pagar durante trinta anos, em vez do financiamento da União Europeia que, como acontece em Espanha, paga a fundo perdido a grande parte das obras ferroviárias em bitola europeia.
Recordo que os portugueses continuam a pagar as parcerias público privadas das autoestradas de José Sócrates, cerca de mil milhões de euros em cada ano, parcerias então consideradas um escândalo e que beneficiaram sem controlo democrático as empresas financiadoras, que foram parte da bancarrota e da chegada da Troika a Portugal. Resta agora saber as condições das parcerias decididas pelo ministro Pinto Luz e os beneficiários deste novo escândalo silencioso, tal como no passado sem explicação.
Novamente, nada é publicado sobre as razões da opção pela bitola ibérica e a recusa da construção do Corredor Atlântico, decidido pela União Europeia, o qual corresponde à linha do Porto a Lisboa e de Lisboa a Badajoz. Esta última parte está a ser construída em bitola ibérica, com atrasos vários e sem explicação. Trata-se de uma linha de via única, com a estúpida promessa de no futuro ser alterada para via dupla e bitola europeia, um sorvedouro de dinheiros públicos, que altera o acordo com a Espanha alcançado na Figueira da Foz pelo governo de Durão Barroso.

Os círculos dos interesses silenciosos de António Costa continuam com a dupla de Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz e os portugueses que paguem a conta em dívida e em pobreza

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