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Desacatos na Grande Lisboa provocam debate tenso no parlamento

Durante o período de intervenções políticas na Assembleia da República, uma intervenção do líder parlamentar do BE provocou várias interrupções e críticas

Os desacatos que se têm registado na Grande Lisboa provocaram hoje um debate tenso no parlamento, com várias interrupções e trocas de acusações sobre discursos incendiários, em particular entre as bancadas do Chega e do Bloco de Esquerda.

Durante o período de intervenções políticas na Assembleia da República, uma intervenção do líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, provocou várias interrupções e críticas, após ter afirmado que a morte de Odair Moniz na segunda-feira, após ter sido baleado pela PSP, não é um caso isolado, elencando outros seis casos em Portugal de mortes por violência policial.

Como de um lado está a polícia autoritária e, do outro, a polícia democrática”, afirmou.

Esta intervenção mereceu críticas imediatas por vários deputados dos partidos de direita, com o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, a condenar “todos os desacatos” e “comportamentos criminosos” a que se tem assistido nos últimos dias, mas também aqueles que, com responsabilidades políticas em órgãos de soberania, “se comportam como gasolina num incêndio”.

O que assistimos agora aqui é vergonhoso, e eu queria repudiar o que foi feito às forças e serviços de segurança do nosso país pelo BE”, disse, com o líder da IL, Rui Rocha, a também considerar que a intervenção de Fabian Figueiredo foi “gravíssima”.

Já o Chega, pela voz do deputado Rui Paulo Sousa, respondeu ao BE citando o caso de Irineu Diniz, “agente da PSP, que tinha 33 anos quando foi assassinado com 22 tiros na Cova da Moura, emboscado por traficantes e abatido a sangue frio”.

Pelo PS, o deputado Pedro Delgado Alves lamentou que, durante estas intervenções, não se tenha visto empatia nem capacidade de se compreender o outro e dirigiu-se ao Chega para os acusar de “instrumentalizar o debate” e “tentar criar equivalências onde elas não existem”

Já o deputado do PCP António Filipe salientou que é importante “repudiar todos os atos de violência, venham de onde vierem”, considerando que “não é com fogos que se apaga a gasolina e o que é preciso é um apelo à serenidade e à tranquilidade”.

Pelo Livre, o deputado Rui Tavares defendeu que, para se evitar que novos acontecimentos desta natureza se reproduzam na Grande Lisboa, é preciso “uma ação muito mais integrada de acompanhamento” das populações, salientando que, em bairros como a Cova da Moura, “há muita falta da parte do Estado”.

A deputada única do PAN, Inês Sousa Real, defendeu que é preciso valorizar as forças de segurança, criticando “o discurso oportunista de achar que é com medalhas que se resolvem estas circunstâncias”.

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