Museu de Resistência e Liberdade acolhe leitura interpretada
O ‘Página 1’, Clube de Leitura do Instituto Politécnico de Leiria, promoveu uma leitura interpretada da obra ‘Corpo-delito na sala de espelhos’, de José Cardoso Pires, no Museu Nacional de Resistência e Liberdade, na Fortaleza de Peniche. A iniciativa, que teve lugar no passado dia 17, pretendeu articular a promoção da leitura no ensino superior, o potencial enriquecedor do teatro e a reflexão coletiva que o texto proporciona.
A sessão foi conduzida pelos estudantes do 2.º ano da licenciatura em Teatro, da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha do Politécnico , que promoveram uma leitura interpretada de excertos da obra, integrados nos espaços da fortaleza. A iniciativa integrou também a Agenda Cultural do Politécnico de Leiria.
A atividade contou com a participação especial de Francisco Braga (Xico Braga), ex-preso político que partilhou as suas memórias na Fortaleza de Peniche, e a presença de Ana Cardoso Pires, filha do autor da obra, José Cardoso Pires.
“Este texto de José Cardoso Pires, que foi encenado por Fernando Gusmão no Teatro Aberto, em 1979, dá-nos matéria para pensarmos a nossa história do século XX, como uma sala de espelhos, deformados e deformantes, marcada pela violência exercida e sofrida no corpo individual e coletivo. No seu centro, estão os mecanismos de repressão da PIDE, a máquina que, nas palavras de uma personagem, o Chefe de Brigada Sigla, não permite que ‘Ninguém, seja quem for, volte a ser a mesma pessoa’ depois de nela entrar”, pode ler-se na sinopse da atividade.