Museu Experimenta Paisagem revela projetos para “uma nova fase”
Um conjunto de projetos do Museu Experimenta Paisagem (MEP) é apresentado esta quinta-feira, no que uma das responsáveis, Marta Aguiar, assume ser “uma nova fase”.
Criado como resposta aos incêndios de 2017, o MEP pretende ser “um museu aberto e sem paredes no centro interior de Portugal”, dinamizando uma “estratégia de desenvolvimento da região com os habitantes e as empresas”, para “promover o desenvolvimento integrado e sustentável do interior”.
O projeto, que abrange os concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã, no distrito de Castelo Branco, Mação, no distrito de Santarém, e Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, prepara-se agora para uma nova etapa.
Há novos parceiros no MEP, como as escolas profissionais da Sertã, Pedrógão Grande e Cernache do Bonjardim, e a organização deseja captar ainda mais colaboração da população e aos agentes locais.
“Precisamos de muito mais parceiros porque é um museu a nível de um território e não de um sítio. E é um território significativo: de Pedrógão Grande ou Cernache do Bonjardim e até Idanha-a-Nova, é tanto [território] como até ao litoral”, salientou Marta Aguiar à agência Lusa.
Porque “é possível e é necessário ir mais longe”, na quinta-feira será apresentada “uma nova etapa em várias frentes do MEP”. “Por um lado, estamos a criar novos produtos turísticos do MEP”, como vídeos e programas educativos que vão constar na sinalética dos percursos e roteiros turísticos que têm sido elaborados nos últimos anos e que vão ainda crescer no futuro.
Para isso, o escritório Marques de Aguiar - MAG, promotor do projeto com a associação Cortiçada Art Fest, em parceria com os municípios envolvidos e outras entidades e particulares associados, querem envolver mais habitantes e outros agentes.
“Temos todo o interesse em ter as pessoas que conhecem bem os lugares, sejam eles habitantes, sejam eles peritos, a dizer-nos ‘eu também tenho aqui uma boa história, uma boa memória para contar’, que pode aparecer no trilho, tal como [aconteceu] no trilho da Menina dos Medos”, em Proença-a-Nova.
A convocatória é extensível “a fornecedores de serviços, seja para termos um piquenique num sítio espetacular junto à ‘Moongate’ [obra instalada em Oleiros], seja outro tipo de serviço para grupos de turistas”.
Na quinta-feira, na Sertã, será também apresentado localmente, com a Turismo Centro de Portugal, o vídeo de promoção do MEP, e será lançado o regulamento para o concurso de design da sinalética para os roteiros.
Apesar de parecer um pormenor, a sinalética é um aspeto considerado urgente.
“Em 2026 já vamos ter os oito trilhos com sinalética e essa sinalética vai permitir usufruir de cada um dos lugares a vários níveis e com várias camadas de visita”, incentivando, pela disponibilização de textos e imagens, os visitantes a ficar mais tempo no território, para “uma leitura muito diferenciada da paisagem”, frisou Marta Aguiar.
Esta é, no fim de contas, “é uma nova fase e é uma fase fundamental”, considera a responsável.
Se a face mais visível do MEP são as obras de arte instaladas na paisagem e o Cortiçada Art Fest, há, contudo, “outras dimensões fundamentais”.
Uma “é o desenvolvimento da comunidade para o impulsionar de negócio”, mesmo não sendo esse o primeiro objetivo do MEP.
“Só é possível provocar um desenvolvimento de negócio a longo prazo se for com quem lá está e quem tem a vontade e dinâmica de transformar e de cuidar”, destacou.
Cuidar é mesmo “a palavra-chave do museu neste momento e o critério de qualidade dos serviços do museu é esse: é o cuidado com os lugares”, concluiu Marta Aguiar.