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Politécnico de Leiria parceiro em solução que vai permitir a cegos vivenciarem futebol na TV

A plataforma ‘Futebol para Todos’ está a ser desenvolvida pela NOS, em parceria com o Centro de Investigação em Informática e Comunicações do Politécnico de Leiria.

A solução 5G da NOS para que pessoas cegas ou com reduzida acuidade visual vivenciem futebol através da televisão terá a versão final pronta no segundo semestre de 2025 e conta com a participação do Politécnico de Leiria.
A plataforma ‘Futebol para Todos’ está a ser desenvolvida em parceria com o Centro de Investigação em Informática e Comunicações (CIIC) do Politécnico de Leiria e pretende aumentar a inclusão da experiência de assistir a jogos de futebol utilizando tecnologia de espacialização do som para traduzir as ações do jogo.
João Ferreira, diretor de inovação, explicou à Lusa que “a NOS tem explorado formas de usar tecnologia para apoiar comunidades com necessidades especiais em Portugal” e que “um dos grandes pilares de interesse é o desporto, em particular o futebol”.
Partindo dessa premissa, surgiu a questão sobre “como transmitir a emoção da dinâmica do futebol para pessoas invisuais nas suas casas”, e a “ideia começou a ganhar forma num 'brainstorming' com o Instituto Politécnico de Leiria (IPL), realizado há cerca de um ano, no âmbito da formalização da nossa parceria”, adiantou.
“O ponto de partida foi um desafio lançado por uma associação de apoio a pessoas cegas: criar uma forma de assistir a partidas de futebol na televisão sem depender exclusivamente dos relatos subjetivos dos comentadores desportivos, queriam a possibilidade de fazer a sua própria análise”, contou.
A NOS Inovação já tinha analisado o tema, “explorando soluções baseadas em 'hardware' e inteligência artificial (IA), mas as opções disponíveis eram ou extremamente caras ou inadequadas para captar a dinâmica específica dos jogos de futebol”.
Assim, “com os recursos técnicos especializados em sistemas imersivos e AI disponíveis tanto no IPL quanto na NOS Inovação (NOSi), estruturámos a ideia e definimos um plano de ação. Dividimos o projeto em pequenos entregáveis para mitigar riscos e esforços e, desde fevereiro, temos evoluído até chegar ao protótipo que temos atualmente”, acrescentou, referindo que estão envolvidas cerca de 10 pessoas no projeto.
“Estimamos lançar uma versão final na segunda metade de 2025”, sublinhou João Ferreira.
Antes disso, “precisamos de realizar mais testes com utilizadores finais e ajustar a solução com base no 'feedback' recebido”, até porque “queremos expandir os modelos de IA para detetar uma maior variedade de eventos no jogo, serem mais em tempo real, tornando a experiência mais rica e intuitiva”.

Plataforma deteta cada uma das ações no jogo
Questionado sobre se será gratuita, o diretor da NOSi avançou que o objetivo “é disponibilizar esta solução ao serviço da comunidade”.
Contudo, “estamos ainda numa fase inicial de testes e será necessário conversar com 'broadcasters' para definir o modelo de negócio numa etapa futura”, rematou.
A plataforma deteta cada uma das ações que decorrem ao longo de um jogo de futebol, tal como passes, interseções, golos ou tentativas de golos e, de forma automática e imediata, atribui-lhe um som específico e espacializado para uma mais fácil identificação por parte do espetador com limitações visuais, de acordo com a NOS.
O som “é também usado para diferenciar que equipa tem a posse da bola”, sendo que devido “à ultrabaixa latência do 5G”, as informações podem ser transmitidas em tempo real, o que é crucial para a sincronização da experiência.
O recurso à espacialização do som permite dar uma ideia da distância da bola relativamente à baliza, dentro do campo.
“Esta tecnologia permite aos sistemas de áudio criarem uma sensação de tridimensionalidade e localização sonora no ambiente auditivo do ouvinte” e “desta forma, o espetador fica com a perceção de que cada elemento surge de diferentes direções e distâncias”, explica a operadora.
A aplicação está em fase de testes, em formato de APP e android TV, onde irá ser aperfeiçoada e adaptada às necessidades dos utilizadores, sendo que o projeto está aberto a receber a contribuição de associações que desejem participar no programa piloto.

Novembro 24, 2024 . 09:01

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