Árbitro diz que demora na comunicação tardou reversão de penálti
O árbitro Miguel Fonseca afirmou que o atraso na comunicação com a restante equipa de arbitragem tardou a reversão do penálti.
Ao minuto 78 do desafio da quarta eliminatória da ‘prova rainha’, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, e que não teve videoárbitro (VAR), o ‘juiz’ da Associação de Futebol do Porto assinalou penálti de Borevkovic sobre Victor Rofino, num lance em que o defesa vitoriano só acertou na bola.
Confrontado com os protestos dos jogadores vimaranenses depois de apontar para a marca do ‘castigo máximo’, o árbitro de 28 anos esteve a comunicar com os restantes elementos da equipa de arbitragem e reverteu a decisão passados cinco minutos, aos 83, circunstância que se deveu ao atraso na comunicação.
“Tomei uma decisão como tomo centenas em milésimos de segundo. A minha perceção é que era penálti, por isso assinalei a infração. Não consegui comunicar de imediato com a minha equipa como está estipulado. Tive alguma contestação por parte dos jogadores e isso levou a discutir a decisão só passados quatro minutos. Todos os árbitros tinham opinião diferente da minha e senti que deveria reverter a decisão”, adiantou, em declarações ao Canal 11.
Embora reconheça não ter gostado daquele “momento algo insólito”, Miguel Fonseca realçou que a decisão final não deixou “dúvidas a ninguém” e que “a verdade desportiva foi reposta”, o fator “mais importante” num jogo de futebol.
Na conferência de imprensa após o encontro, o treinador da UD Leiria, Silas, referiu que a prevalência da “verdade desportiva” foi a única explicação que o ‘juiz’ deu aos elementos do banco leiriense após a reversão do penálti, lance que assumiu ter dificuldades em compreender.
“Independentemente de ser ou não penálti, não percebo como é que, passados quatro, cinco ou seis minutos, se reverte uma decisão onde não há VAR. O que vimos foi o árbitro assinalar penálti e o fiscal de linha correr para a linha de fundo. Depois, a decisão é revertida. O lance acaba por marcar o jogo”, realçou, na conferência de imprensa após o jogo.
Já o treinador do Vitória, Rui Borges, vincou que a reversão do penálti garantiu a “prevalência da verdade desportiva” e considerou “surreal” a forma como os árbitros têm marcado grandes penalidades contra o emblema minhoto “nos últimos tempos”, seis desde o embate com o Casa Pia, em 28 de setembro (1-1).
“Era uma coisa ridícula [marcar-se penálti naquele lance]. Está a ser muito fácil apontar para a marca de penálti contra o Vitória. É uma coisa surreal. Sentei-me no banco e não queria acreditar. Ainda bem que o árbitro teve a hombridade de perceber que a verdade desportiva tinha de prevalecer”, disse.