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Redução do consumo mundial de vinho é preocupação número um da ViniPortugal

À margem do Fórum Anual dos Vinhos de Portugal, que se realizou em Leiria, Frederico Falcão observou que o problema coloca “em causa a sustentabilidade económica de muitos produtores”.

O presidente da ViniPortugal disse hoje que a preocupação número um da organização é a redução do consumo mundial de vinho, temendo que muitos produtores acabem por abandonar a atividade.

“Neste momento, a preocupação número um é a redução do consumo mundial de vinho, que faz levar a uma concorrência maior entre países e entre agentes económicos”, afirmou à agência Lusa Frederico Falcão, esclarecendo que face a esta situação há “abaixamento de preço” e “problemas no setor”.

À margem do Fórum Anual dos Vinhos de Portugal, iniciativa organizada pela ViniPortugal, Frederico Falcão observou que o problema coloca “em causa a sustentabilidade económica de muitos produtores”.

“Temos uma quebra de consumo, a quebra de consumo faz com que os produtores precisem de vender, [pelo que] vão arranjar formas de vender baixando o preço, e a sustentabilidade económica fica em causa”, declarou.

O presidente da ViniPortugal disse não ter grandes dúvidas de que este “momento difícil (…) vai levar ao abandono da atividade de muitos produtores”, numa alusão também à conjuntura internacional.

Segundo o dirigente, “o que tem levado a este abaixamento de consumo são várias causas”, como a subida das taxas de juro, sobretudo na Europa.

“Subida das taxas de juro significa menos dinheiro na carteira das pessoas, das famílias, que cortam em tudo o que não é essencial e o vinho não é essencial, portanto, leva a menos consumo na Europa”, exemplificou.

Por outro lado, a “subida da inflação prejudicou mais em outros países - os Estados Unidos foi um deles, o Canadá também - que foram mais impactados com o aumento de inflação que afetou o consumo de vinho”.

“Juros e inflação, neste momento, estão mais controlados em termos mundiais”, reconheceu, manifestando preocupação com a Alemanha, que é “um grande país consumidor”, mas “está a entrar em recessão técnica” e pode arrastar a economia europeia.

Notando que “não são momentos fáceis” os que o setor vitivinícola está a viver, o presidente da ViniPortugal expressou esperança, acreditando que em 2025 em Portugal “possa ser mais estável”.

A este propósito salientou que a produção nacional de vinho é inferior às necessidades de consumo e de exportação.

“Aquilo que nós consumimos em Portugal mais o que exportamos é muito superior àquilo que nós estamos atualmente a produzir”, declarou, pelo que o “mercado ainda pode crescer”.

De acordo com Frederico Falcão, o país está “a importar vinho” e “a importar demais”, o que cria um excesso.

“[Face à] pressão de baixar preço ao consumidor” importa-se “vinho mais barato para conseguir oferecer vinho mais barato ao consumidor”, o que “traz um problema de sustentabilidade económica ao setor”, acrescentou.

Fundada em 1996, a ViniPortugal é a organização interprofissional do vinho de Portugal, “sendo a entidade gestora da marca ‘Wines of Portugal’”. Tem por “missão promover a qualidade e a excelência dos vinhos portugueses”, lê-se no seu sítio na Internet.

Novembro 28, 2024 . 15:56

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