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Centenas de bombeiros protestam em Lisboa contra "falta de respeito" com a classe

Na manifestação podiam ver-se faixas com frases como "Enquanto salvamos vidas o Governo brinca com as nossas” ou “Somos heróis do povo esquecidos pelo Governo”

Pelo menos três centenas de bombeiros sapadores e profissionais juntaram-se hoje em Lisboa, junto à sede do Governo, para contestar, ao som de gritos e petardos, o que classificam como "falta de respeito" pela classe.

"O Governo e os políticos estão a faltar à palavra dada nas negociações", afirmou Ricardo Ribeiro, dos Sapadores de Lisboa.

A concentração dos sapadores começou em Alvalade e o grupo de bombeiros, todos fardados e muitos com capacetes, percorreu a Avenida de Roma em passo lento, gritando palavras de ordem contra o Governo e disparando petardos e fumos.

Em redor do edifício Campus XXI, onde se encontra a sede do Governo, estava desde as 08:00 um forte dispositivo das autoridades, incluindo várias carrinhas da Unidade Especial de Polícia.

Já na Avenida Joao XXI, os bombeiros correram de forma desordenada e pararam junto ao edifício gritando “sapadores” e “exigimos respeito”.

O grupo foi encaminhado para as traseiras do Campus XXI, onde houve nova concentração, com vários petardos lançados contra as portas fechadas do edifício.

Na manifestação, sempre com a palavra de ordem #sapadores em luta, podiam ver-se várias faixas com frases como “Enquanto salvamos vidas o Governo brinca com as nossas” ou “Somos heróis do povo esquecidos pelo Governo”.

Desde o dia 2 de outubro que o Governo disse que ia fazer tudo para valorizar a carreira, que está congelada desde 2002”, recordou o bombeiro Ricardo Ribeiro, considerando que as propostas do Governo “têm sido ofensivas”.

Entre as medidas apresentadas nas reuniões negociais, Ricardo Ribeiro condenou a proposta que alegadamente significaria “baixar o ordenado bruto de ingresso” na carreira, assim como a atribuição de um subsídio de risco mensal de 37,5 euros, “que é completamente ofensivo”.

A definição de 36 horas de trabalho semanal, em vez das 35 horas da Função Pública, e a redução de sete para cinco postos do Bombeiro Sapador foram outras das medidas criticadas pelo bombeiro.

Não me parece que estejam a valorizar a carreira do Bombeiro Sapador”, acusou, considerando que “o Governo está a fazer ‘bullying’” e a empurrar os bombeiros para “formas de luta mais musculadas”.

Ricardo Ribeiro garantiu que a luta irá continuar até os bombeiros serem ouvidos, prometendo que nunca irão deixar de garantir o socorro às populações.

Dezembro 3, 2024 . 11:50

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