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Síria: Estudante em Leiria saúda promessa de país livre "e um recomeço”

O jovem de 24 anos, que fugiu da guerra na Síria com a família em 2013, acrescenta que os sírios sonham há muito “com um futuro livre e justo para todos”, pois o país “merece paz e felicidade e um futuro sem guerra e sem sofrimento”.

O estudante sírio Abdulrahman Srour Juha, há cinco anos em Portugal, acredita que a queda do regime de Bashar al-Assad representa a “promessa de uma Síria livre e justa e um recomeço” para o país do Médio Oriente.

“A queda do governo de Bashar al-Assad é um momento crucial para todos os sírios, que querem um futuro melhor para a Síria. Queremos ver a Síria livre, onde todos possam viver em paz, com dignidade”, disse à agência Lusa Abdulrahman Srour Juha, estudante da licenciatura em Marketing na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria.

O jovem de 24 anos, que fugiu da guerra na Síria com a família em 2013, acrescenta que os sírios sonham há muito “com um futuro livre e justo para todos”, pois o país “merece paz e felicidade e um futuro sem guerra e sem sofrimento”.

Juha está em Portugal com os pais e cinco irmãos. Parte da família está espalhada pela Europa e outra ficou na Síria.

“Os meus tios estão a viver em Damasco e estão muito felizes, apesar da situação ainda não estar controlada. O dia 08 de dezembro de 2024 foi muito significativo e marcou o fim do regime Bashar al-Assad. As forças rebeldes conseguiram entrar na capital, oferecendo um sentimento de vitória e de esperança para muitos sírios”, constatou o jovem à Lusa.

Os prisioneiros descobertos em celas subterrâneas de Saydnaya, em Damasco, preocupam Juha, que lamentou ainda não ter sido possível chegar a todos e libertá-los.

O caminho ainda será longo, mas o jovem sírio confia na realização de eleições livres e democráticas.

Mostra-se feliz por já ser possível regressar à Síria sem receio de represálias ou ser obrigado a combater pelo exército do regime.

“Nunca mais voltei, porque sabia que pegavam em todos os rapazes e os punham a combater. Eu não quero matar ninguém”, referiu.

“Agora todos são todos bem-vindos, mas não conto regressar à Síria. Portugal é o meu segundo país e estou muito grato por tudo. Voltar, só para visitar os meus familiares”, garantiu.

Abdul, como diz que costuma ser chamado, conta que quando saiu da Síria fugiu para o Egito, país a quem também agradece a hospitalidade. No entanto, o jovem descobriu que tinha esclerose múltipla e no Egito não o conseguiam tratar.

“Falámos com a Unicef, que nos disse que Portugal se disponibilizava a receber-nos e a ajudar-nos. Somos muito gratos a Portugal, que me ajudou muito. Tem-me dado acompanhamento médico, a medicação e a doença está controlada”, contou.

Os rebeldes declararam no domingo Damasco 'livre' do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, derrubar o governo sírio.

O Presidente sírio, que esteve no poder 24 anos, deixou o país perante a ofensiva rebelde e asilou-se na Rússia, segundo as agências de notícias russas TASS e Ria Novost.

Rússia, China e Irão manifestaram preocupação pelo fim do regime, enquanto a maioria dos países ocidentais e árabes se mostrou satisfeita por Damasco deixar de estar nas mãos do clã Assad.

No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.

Dezembro 10, 2024 . 11:09

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