O sucesso tem uma capacidade peculiar de despertar reações contraditórias. Enquanto inspira admiração e reconhecimento por parte de muitos, também pode ser fonte de desconforto para outros. Não faz sentido que o sucesso de alguém seja motivo de inveja ou desconforto, mas a realidade é que, por vezes, isso acontece. Não deveria ser assim. Num contexto profissional, por exemplo, o sucesso de um colega pode beneficiar toda a equipa, promovendo melhorias, crescimento e, quem sabe, até oportunidades para todos. Da mesma forma, no círculo de amigos ou na família, o sucesso de alguém próximo deveria ser motivo de inspiração, um lembrete de que, com esforço e dedicação, todos podem alcançar os seus objetivos.
A verdade, no entanto, é que a forma como olhamos para o sucesso diz mais sobre nós do que sobre quem teve sucesso. Devemos reconhecer e celebrar o esforço alheio, não o criticar. Lembro-me, por exemplo, de quando comecei a escrever os meus artigos no Diário de Leiria. Alguns amigos felicitaram-me e elogiaram os textos, mas houve quem, de forma sarcástica, me perguntasse se agora era escritor. O mesmo aconteceu quando iniciei as minhas aulas no IPL: enquanto muitos reconheceram o meu esforço e mérito, outros questionaram se eu conhecia alguém que me tivesse “facilitado” o acesso a essa oportunidade.