PM rejeita que relações com PR tenham esfriado e diz que há "convergência de opiniões"
O primeiro-ministro rejeitou hoje que as relações com o Presidente da República tenham esfriado com comentários feitos na quarta-feira por Marcelo Rebelo de Sousa, defendendo que há uma “grande convergência de opiniões” entre São Bento e Belém.
Questionado pelos jornalistas sobre os comentários que o Presidente da República tinha feito ao Governo na quarta-feira, durante uma sessão de cumprimentos de Boas Festas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Luís Montenegro disse que ficou “com a sensação de que há uma grande convergência de opiniões”.
Face à insistência dos jornalistas sobre se as relações com Belém tinham esfriado, o primeiro-ministro respondeu: “De maneira nenhuma”.
Luís Montenegro acrescentou que Marcelo Rebelo de Sousa até começou por dizer “tal como o senhor primeiro-ministro disse” antes de prosseguir com a sua intervenção.
Na quarta-feira, o Presidente da República afirmou que o Governo está em contrarrelógio desde que iniciou funções há oito meses, com o primeiro-ministro a procurar estar em todo o lado, numa conjuntura internacional difícil que exige cooperação estratégica.
Marcelo Rebelo de Sousa falava na tradicional cerimónia de apresentação de cumprimentos de boas festas por parte do Governo, na Sala dos Embaixadores, no Palácio de Belém, em Lisboa, a primeira com Luís Montenegro no cargo de primeiro-ministro.
“Foram oito meses de corrida em contrarrelógio por parte deste Governo. Sabe que um dia perdido pode ser irrecuperável”, declarou o chefe de Estado, depois de Luís Montenegro lhe ter falado em solidariedade estratégica, cooperação produtiva e forte relação institucional e pessoal.
De acordo com o Presidente da República, o primeiro-ministro, nestes meses, tem procurado “estar em toda a parte ao mesmo tempo”, algo que considerou invulgar para quem tem funções executivas.
Depois, deixou um recado ao Governo PSD e CDS-PP, partindo da atual conjuntura mundial, que caracterizou como extremamente complexa: “Solidariedade institucional é importante, mas não é suficiente. Tem de haver no presente cooperação estratégica”.