Greve para várias linhas de produção na maior conserveira de Peniche
A maior fábrica de conservas de peixe de Peniche tem hoje várias linhas de produção paradas devido à greve dos trabalhadores, com uma adesão de 40% a 50%, segundo o sindicato, e de 25% segundo a empresa.
A dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), Mariana Rocha, afirmou à agência Lusa que a adesão à greve ronda os “40% a 50% no turno do dia”, que integra mais de metade dos 800 trabalhadores da ESIP (European Seafood Investments Portugal).
“A fábrica manteve a laboração, mas há várias linhas de produção encerradas, em que a adesão à greve foi de 50%”, referiu.
Segundo João Santos, diretor da ESIP, do grupo Thai Union, contactado pela Lusa, a “greve teve um impacto de 25%”.
“É o último dia de produção antes do Natal [empresa encerra para férias entre 23 de dezembro e 03 de janeiro] e todos os anos regista-se sempre algum absentismo”, justificou.
A greve começou às 00h00 de hoje e termina às 00h00 de sábado, de acordo com o pré-aviso de greve emitido pelo SINTAB e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Sectores Alimentar, Bebidas, Agricultura, Aquicultura, Pesca e serviços relacionados (STIAC).
Os trabalhadores lutam pela renegociação do contrato coletivo de trabalho (CTT), que dizem que não é revisto desde 2016, e pela negociação do caderno reivindicativo para 2025.
Entre as principais exigências estão aumentos salariais de 150 euros, integração nos quadros de trabalhadores temporários, redução do horário de trabalho das 40 para as 35 horas semanais e a atualização do subsídio de refeição.
Confrontado com as reivindicações, o diretor da ESIP remete as reivindicações para a Associação Nacional dos Industriais das Conservas de Peixe (ANICP) a quem compete renegociar o CTT com os sindicatos representativos dos trabalhadores do setor.
Sobre a integração de trabalhadores temporários no quadro de pessoal, João Santos adiantou que, nos últimos dois meses, foram integrados 85, no âmbito do plano existente.
“Só não integramos todos os trabalhadores devido à sazonalidade da matéria-prima, a cavala e a sardinha, e das encomendas que temos. Ainda assim, temos vindo a estabilizar a produção”, explicou.
A ESIP, a maior fábrica de conservas de peixe de Peniche, no distrito de Leiria, e uma das maiores do país, possui cerca de 800 trabalhadores, dos quais 200 são temporários.