Estudantes lusófonos pedem ajuda à CPLP em problemas como atrasos nos vistos
Associações de estudantes universitários lusófonos entregaram, em novembro, uma carta à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a reivindicar ajuda para vários problemas como os atrasos nos vistos, e devem reunir-se em janeiro com a organização.
Entre os problemas prioritários para as associações signatárias do documento estão "os atrasos nos vistos" de estudantes e nos "agendamentos na AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo]", explicou à Lusa o presidente da Associação dos Estudantes Angolanos em Portugal, Ayrton Pahula, um dos dois promotores da missiva.
A carta foi entregue em 20 de novembro à CPLP, com a intermediação do embaixador da missão diplomática do Brasil junto da organização, Juliano Nascimento.
No texto da carta, também promovida pela Casa do Brasil Coimbra, e a que a Lusa teve acesso, os estudantes pedem que "se estabeleçam programas de apoio académico e financeiro" para alunos universitários da CPLP em Portugal, "incluindo bolsas de estudo, estágios e oportunidades de formação profissional".
Mas também "a adoção de medidas que promovam a equiparação de valores das propinas cobradas e estudantes provenientes de países membros da CPLP aos valores aplicados aos estudantes nacionais nos estabelecimentos de ensino em Portugal".
Além disso, solicitam "um estímulo" a negociações entre os Estados-membros da CPLP "para harmonizar políticas que garantam um acesso mais inclusivo à educação superior, com especial atenção à redução de encargos financeiros".
E propõem, entre outras coisas, que se "crie uma rede de acolhimento que ofereça apoio jurídico, psicológico e social" para os imigrantes em Portugal, provenientes de países da CPLP.
Assim como a facilitação do acesso dos imigrantes "a serviços básicos, como saúde, educação e habitação, através de parcerias com entidades governamentais e organizações não governamentais".
Os universitários sugerem também a criação de "centros de informação e orientação para imigrantes, que ofereçam suporte prático sobre documentação, acesso ao mercado de trabalho e outros temas relevantes".
Segundo Juliano Nascimento, na próxima reunião do CCP, a habitual reunião mensal dos embaixadores dos Estados-membros da organização, marcada para 12 de janeiro, os diplomatas vão pronunciar-se oficialmente e tomar "uma decisão sobre o encaminhamento a dar" à missiva, seguindo-se, provavelmente, uma reunião com o diretor geral de ação cultural e língua portuguesa da CPLP, João Ima-Panzo.
A carta é subscrita pelo presidente da Casa do Brasil Coimbra, Daniel Domingos, e por Débora Wayhs, diretora de relações externas desta associação, por Ayrton Pahula, presidente da Associação de Estudantes Angolanos em Portugal e por Rodrigo Sousa, presidente do Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Associação Académica de Coimbra, e pela Organização de Estudantes da Guiné-Bissau de Coimbra.
Segundo Ayrton Pahula, a carta foi apenas um primeiro passo. A ideia é chamar outras associações de estudantes dos Estados-membros em Portugal, que até já contactou, para participarem na reunião com a CPLP. Em janeiro, espera ter a resposta sobre a data de "uma reunião com o secretariado executivo".