Três votos para o Novo Ano
Écostume nesta época desejar um Novo Ano feliz, cheio de êxitos pessoais e profissionais, com muita saúde, o principal. Assim também o desejo a todos os leitores.
Um novo ano traz sempre novas esperanças de um futuro melhor. Mas esse futuro não se realizará se as aspirações individuais, a iniciativa própria, o entusiasmo da realização forem submetidos e subjugados por ideologias que, erigindo o Estado como o agente de progresso e a solução de todos os problemas, se servem da burocracia para entorpecer projectos e realizações. A concepção de um Estado que a tudo acorre, produtor, prestador de serviços, até arrendatário de casas para subarrendar acaba por não cuidar de nada, a não ser da burocracia que o serve e que o cidadão paga em impostos e ónus económico.
Lutar pelo desmantelamento do poder burocrático instalado que impede iniciativa e competitividade é um voto obrigatório para um melhor Ano Novo.
Mas querer melhor futuro é também exigir alterações de políticas erradas, como a política energética, luxo de uma transição climática apressada e insustentável. Obviamente que só um tolo não quer a protecção do ambiente, até porque é nele que vivemos, mas o ambiente não pode ser o princípio e o fim da política.
O Plano de Energia para 2030 estabelece metas ilusórias e exige um esforço financeiro incomportável ao país. Porque não é razoável, nem justo, obrigar um país que representa apenas 0,12% das emissões globais a ir além dos objectivos da própria União Europeia, já de si o bloco económico menos poluente. E porque o custo de 45 mil milhões de euros desse Plano representa um intolerável ónus face às alternativas de fonte de energia existentes, além de desviar recursos de outros projectos indispensáveis à reindustrialização do país. Os efeitos negativos de uma política apressada já são óbvios em Portugal e na Europa, exemplo a indústria automóvel.
Não é tolerável adicionar ao ónus do pioneirismo nas eólicas, utilizando tecnologias imaturas com custos que pagamos nas tarifas e no défice tarifário, a perpetuação do erro em novas fontes de energia, com tecnologias ainda mais prematuras.
Assim, lutar por uma revisão da política de energia, aliás só possível no âmbito da tutela da Economia ou da Indústria, é também um voto obrigatório para um melhor Ano Novo.
Mas, para isso, os votos de que os nossos políticos acordem, dispensem conflitos artificiais, saiam da bolha política ou da caverna em que muitos se entretêm, vejam o mundo real e não aquele que a sua ideologia lhes permite ver.