Acidentes nas estradas do distrito provocaram 36 mortes em 2024

O distrito de Leiria registou, em 2024, o maior número de mortes nas estradas dos últimos seis anos. De acordo com o balanço da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), foram 36 as pessoas que perderam a vida em acidentes de viação, o que coloca Leiria como o quarto distrito com mais mortes no país, ficando apenas atrás de Lisboa (58), Porto (56) e Braga (40).
Desde 2019, ano em que foram contabilizadas 24 mortes nas estradas, que a sinistralidade mortal tem vindo a aumentar. Em 2023, 32 pessoas perderam a vida em acidentes de viação, número que voltou a subir no ano passado. O cenário é igualmente preocupante no que diz respeito aos feridos graves, que também têm vindo a aumentar. Em 2019, registaram-se 142 feridos graves, número que subiu para 157, em 2023, e para 182, em 2024. O distrito de Leiria é, assim, o oitavo distrito que mais feridos graves registou no ano passado.
O número de feridos leves baixou dos 2.117 registados em 2023, para 2.032, em 2024. Quanto ao total de acidentes, foram registados 7.655 em 2024, superando os 7.595 acidentes ocorridos em 2023.
Tendo por base estes dados, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária revelou que Leiria foi o segundo distrito que registou, em 2024, uma maior variação em matéria de sinistralidade grave, com mais vítimas mortais e feridos graves (+15,3%), comparativamente a 2023.
De referir ainda que, numa semana - de 23 a 29 de dezembro de 2024 - em que muitas famílias se fizeram à estrada, por ocasião do Natal, o distrito de Leiria registou 128 acidentes, dos quais resultaram duas vítimas mortais, nove feridos graves e 29 feridos leves.
Na semana seguinte, de 30 de dezembro de 2024 a 5 de janeiro de 2025, registaram-se 40 acidentes, três feridos graves e sete feridos leves.
Em resposta ao nosso jornal, o Comandante Distrital da PSP de Leiria, Domingos Urbano Antunes, revelou que nos últimos seis meses ocorreram 1.448 acidentes na área de jurisdição daquele comando, dos quais, 556 acidentes na área da PSP em Leiria.
A “velocidade excessiva, o desrespeito à sinalização e a não garantia da distância de segurança entre veículos” são apontados pela PSP de Leiria como as principais causas dos sinistros, sendo que os comportamentos de risco mais comuns entre os condutores são a “condução sob o efeito de álcool e em velocidade excessiva para a via rodoviária onde circulam”.
“A PSP, para mitigar estes comportamentos, reforça a realização de campanhas de sensibilização junto dos mais jovens, quer em ambiente escolar, quer em ambiente social e aumenta a fiscalização rodoviária de natureza preventiva”, salientou Domingos Urbano Antunes.
Para além das campanhas de sensibilização, através das quais a PSP pretende alertar os condutores para a adoção de “comportamentos mais seguros”, aquela força de segurança tem identificado “pontos negros nas estradas”, onde se registam “acidentes e/ou atropelamentos” e colaborado com os municípios no sentido de “reforçar a segurança rodoviária”.
“Aumentar a visibilidade policial nos principais eixos rodoviários” tem sido outras das medidas implementadas pela PSP de Leiria.
Domingos Urbano Antunes apelou aos condutores que não adotem comportamentos “que possam diminuir as capacidades de condução”, como “conduzir em excesso de velocidade ou sob o efeito de álcool e/ou de substâncias psicotrópicas” e para que “não façam uso do telemóvel durante a condução, fazer ou receber chamadas, mesmo usando um kit mãos livres irá distrair”.
O comandante distrital da PSP de Leiria aconselhou ainda a quem se faz à estrada para “adequar a sua condução quer às condições do piso, quer às condições atmosféricas”, assim como verificar se o veículo cumpre as cumpre as condições mínimas para efetuarem uma condução em segurança”.
“Elaborem, com antecedência, um plano para viagens longas, fazendo as devidas pausas durante o itinerário”, recomendou ainda Domingos Urbano Antunes.

Número de mortes desceu para 475
A tendência a nível nacional é um pouco mais animadora. A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária registou no ano passado, em Portugal, menos 45 vítimas mortais, para 475, e menos 1.634 feridos leves, na sequência de acidentes nas estradas, mas mais 143 feridos graves comparativamente a 2019.
No mesmo balanço de sinistralidade e fiscalização rodoviária de 2024, a ANSR avança que foram registadas 475 vítimas mortais, 2.675 feridos graves e 43.319 feridos leves em Portugal.
Apesar de os dados serem provisórios, indicam, quando comparados com o ano de 2019 (usado como referência para a monitorização das metas de redução de sinistralidade grave), menos 45 vítimas mortais e menos 1.634 feridos ligeiros nas estradas portuguesas.
No entanto, foram registados mais 143 feridos graves.
A maioria das vítimas mortais, feridos leves e graves registaram-se no continente.
No geral, em comparação com 2023, nas estradas no continente observaram-se aumentos em todos os indicadores, mais 69 feridos graves e mais 431 feridos leves, exceto nas vítimas mortais (menos