Neste início de Janeiro, desejo a todos os leitores um bom Ano Novo de 2025. Para os portugueses, no seu conjunto, é importante que em 2025 se definam políticas públicas inteligentes, baseadas em critérios de otimização do binómio investimento/benefício, de forma que se retome um saudável crescimento económico, com coesão social e territorial.
Como contributo concreto, avanço com quatro exemplos de investimentos que considero prioritários para assegurar um melhor Futuro para Portugal:
1. Parques de Recolha de Biomassa Agro-florestal
Para os proprietários do minifúndio do Interior rural poderem ser compensados pelos custos de recolha e transporte dos respetivos excedentes de biomassa, é essencial instalar uma rede de Parques de Biomassa em todos os concelhos de elevada densidade florestal.
Sendo estes proprietários obrigados, por lei, a cortar árvores e arbustos nas zonas de proteção de estradas e aldeias, é urgente que isso seja feito duma forma organizada, e economicamente sustentável para todos, no interesse do conjunto nacional . Estes Parques permitirão depois que esta biomassa seja vendida nas melhores condições possíveis.
Desta forma se evita a propagação dos incêndios rurais, retirando dos terrenos o material combustível em excesso, pelo que estes Parques terão de ser apoiados financeiramente pelo Fundo Ambiental e pelo Portugal 2030, pois são essenciais para que o nosso País alcance o objetivo político da “neutralidade carbónica” em 2050.
2. Ligação do Terminal/Zona Industrial de Sines à Rede Nacional de Auto-Estradas
O concelho de Sines dispõe do maior terminal de contentores e dum dos principais polos industriais de Portugal. É assim incompreensível que não esteja ainda diretamente ligado à Rede Nacional de auto-estradas.
A conclusão da escassa dúzia de quilómetros que faltam para completar a respetiva ligação à A2, é da maior urgência estratégica para a economia nacional!
3. Otimização do Abastecimento de Água ao Algarve
O Algarve é a região do País onde mais se nota a escassez de água, essencial para a agricultura, o turismo e o próprio abastecimento doméstico.
É urgente decidir a forma mais otimizada possível de reforçar os recursos hídricos aí disponíveis, comparando para o efeito as várias alternativas:
Ligação ao perímetro de rega do Alqueva, já existente no Baixo Alentejo;
Construção e/ou interligação entre as barragens e açudes já existentes na região;
Instalação de centrais dessalinizadoras, na sequência da já projetada para Albufeira.
4. Instalação de Equipamentos de Bombagem nas Barragens do rio Zêzere
Um dos maiores desafios ao atual Sistema Elétrico Português é a enorme quantidade de potências intermitentes, eólicas e solares, que o integram. Assim, e para evitar os “apagões” que essas intermitências provocam, é indispensável “aumentar a armazenagem indireta de eletricidade”. A forma mais eficaz de o fazer atualmente em Portugal são equipamentos de bombagem/turbinagem em cascatas de barragens. Dado que o rio Zêzere já dispõe de uma cascata de três barragens -Cabril, Boucã e Castelo de Bode – basta instalar aí equipamentos de bombagem para, duma forma muito eficaz em termos de investimento/benefício, aumentar a disponibilidade de “potências firmes”.
Acresce neste caso que, sendo estas três albufeiras a reserva estratégica de água para o abastecimento da Grande Lisboa, estes novos escalões de bombagem/turbinagem permitirão compatibilizar a produção de hidroeletricidade com a manutenção em permanência de níveis adequados de reserva de água.
Para que 2025 confirme aos portugueses que estamos em vias de ultrapassar o marasmo económico em que caímos há já 25 anos, é indispensável que os cidadãos sintam de novo que as políticas e os investimentos públicos são feitos com eficácia e no interesse de todos, e não apenas de alguns grupos de pressão.
Aqui fica, pois, o meu contributo para uma Democracia de Qualidade em 2025