Referente ao século XII, Alexandre Herculano no tomo I (pp. 388-389) da “História de Portugal” (1846), referiu o Mosteiro de Alcobaça como sendo o que viria a ser o mais célebre do país. Descreveu este como influente na cultura aplicada pelos monges na “alta Estremadura”:
“Abaixo de Leiria para o occidente fundou-se por esta epocha (1153) um mosteiro, o de Alcobaça, que veiu a ser o mais celebre de Portugal, e a cujos monges se deveu successivamente a cultura de uma extensa parte da alta Estremadura, a qual até ahi fôra uma vasta solidão, e que por muito tempo servíra de campo neutro entre christãos e sarracenos”.
Referindo-se aos templários adicionou o seguinte: “Esta poderosa associação de monges cavalleiros, além do que obtivera durante o governo de D. Theresa, tinha já recebido do reio de Portugal o senhorio do castello de Cera (Ceras), e os territorios cortados pelo Nabão e pelo Zezere, desde a alta Estremadura prolongando-se ao oriente pela Beira-Baixa; territorios vastíssimos, em que os templarios haviam fundado sucessivamente muitos castellos, como os de Pombal, Thomar, Ozevar, Almourol, Idanha e Monsanto” (I, p. 413).
Sobeje aos muçulmanos adiu que “Delles apenas sabemos que os mussulmanos se espalharam por toda a Estremadura e a devastaram, demorando-se ahi cinco semanas” (I, p. 435) e que “Pouco tempo decorrêra desde que Iussuf cercára Santarem, e que o territorio da moderna Estremadura fôra devastado pelas tropas almunhades” quando uma numerosa armada através das suas forças navais de África e de “Andaluzia, bem como succedèra no exercito de terra, penetrou pela foz do Tejo e veiu atacar Lisboa.” (I, p. 438).