Ventos fortes continuam a dificultar combate aos incêndios em Los Angeles
Os serviços meteorológicos norte-americanos alertaram hoje que Los Angeles, no sudoeste dos Estados Unidos, será atingida por fortes rajadas de vento que poderão alimentar as chamas dos quatro grandes fogos florestais que assolam a cidade há uma semana.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (NWS) afirmou hoje que a situação no terreno continua “crítica”, antevendo que a cidade do estado da Califórnia será atingida por ventos que poderão chegar a velocidades superiores a 120 quilómetros por hora.
“Os ventos de hoje já começaram a fortalecer-se e vão continuar a acelerar até meio da manhã”, disse o NWS.
Várias partes do condado de Los Angeles e do condado de Ventura foram classificadas zonas “particularmente perigosas”, um aviso raro do NWS.
Uma grande faixa do sul da Califórnia foi também colocada em alerta vermelho, com os meteorologistas a alertaram para a “expansão muito rápida dos incêndios” em certas zonas, devido aos níveis de humidade muito baixos.
Os serviços meteorológicos preveem ainda que a atual situação de risco, agravada pelas condições no terreno, se mantenha até quarta-feira.
A zona de Los Angeles tem estado a ser devastada ao longo dos últimos dias por cinco incêndios diferentes, que já causaram 24 mortos, 23 desaparecidos e a destruição de cerca de 12.000 edifícios, obrigando 180.000 pessoas a abandonar as suas casas.
As autoridades receiam que o número de mortos causados por alguns dos piores incêndios da história da Califórnia possa vir a aumentar.
A procura de vítimas nas zonas destruídas é “uma tarefa muito penosa e, infelizmente, deparamo-nos com corpos todos os dias”, lamentou o xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna.
O departamento responsável pelo combate aos incêndios estima que mais de 15.000 hectares já arderam entre os diferentes focos, dois terços dos quais em Pacific Palisades, o maior incêndio.
Face a estes “ventos perigosos”, o governador da Califórnia, Gavin Newson, anunciou o reforço dos esforços no combate aos incêndios, com cerca de 300 efetivos a juntarem-se aos 15.000 que já operam no terreno.
O vento tem também afetado os serviços de emergência, que poderão ficar sem apoio aéreo para prosseguir os trabalhos no terreno.
Um oficial dos bombeiros, David Acuña, explicou que, com rajadas de cerca de 50 quilómetros por hora, “voar não é seguro”.
“Não é seguro para o avião, para o pessoal e, claro, para as pessoas em terra”, alertou.
Cerca de 85.000 pessoas ficaram sem eletricidade na manhã de hoje, no sul da Califórnia, de acordo com o site PowerOutage.us, que regista os cortes de energia a nível nacional.
As estimativas apontam agora para prejuízos na ordem dos 250 mil milhões de dólares (cerca de 245 mil milhões de euros, ao câmbio atual), podendo este tornar-se o pior incêndio da história da Califórnia em termos de número de estruturas ardidas e perdas económicas, segundo o meteorologista chefe da AccuWeather (serviço que tem informações meteorológicas e ambientais em tempo real), Jonathan Porter.