Um forte apelo a todos, mas sobretudo aos mais jovens!
Como já anteriormente referi nestas colunas, estou muito preocupado com a situação económica do nosso país. Em termos económicos caminhamos para um abismo e a inversão desta trajectória tem de merecer a atenção, o empenho e a energia de todos.
Avizinham-se problemas económicos para a Europa, com duas grandes economias, a francesa e a alemã, a sofrerem dificuldades que, infelizmente, já se anteviam.
Sobre a situação em França, específico que foi cometido o erro gravíssimo, na década de noventa do século passado, de aí se aplicar de forma generalizada o sistema de 35 horas de trabalho semanal. Com a implementação desse sistema foram criados problemas insustentáveis à gestão de produção das fábricas, como em muito detalhe já descrevi em artigos anteriores, que teve como consequência aumentos enormes dos custos de produção para as empresas, e que se tornou um contributo determinante para a deslocalização para outros países de imensas e importantes unidades industriais.
Na Alemanha o problema está a ser o Energiewende - termo sinónimo de “transição energética”, cujo objectivo é de, até 2045, o país só ter produção de energia renovável, fechando por isso todas as centrais nucleares a carvão e a gás. Um objectivo impossível de atingir, mas que, como consequência, já está a provocar um aumento muito expressivo dos custos da electricidade para as famílias e para as empresas. O aumento dos preços de energia está a criar bastantes dificuldades à competitividade da indústria alemã.
Claro que devo mencionar que a passagem de tecnologia de vários países para a China, que já se vinha verificando e que já incluía o fabrico de componentes e a montagem dos produtos finais, facilitou imenso o processo de deslocalização dessas importantíssimas unidades produtivas.
Em Portugal temos de saber aproveitar as vantagens competitivas do país, que são muitas, e não podemos continuar a criar problemas a nós próprios. Não podemos repetir o erro que cometemos desde 2005, de atribuir elevadíssimos apoios às centrais de energias renováveis intermitentes, e que, para além destes apoios, ainda oneram o sistema pelos elevados custos das obrigatórias centrais despacháveis de back-up. É, pois, sem dúvida o momento de apelar à classe política para não avançar, num futuro próximo, com centrais eólicas offshore com preços subsidiados!
Temos absolutamente de trabalhar para angariar novas unidades produtivas para o nosso país e fixar as existentes. Por isso surpreende-me muito que este governo continue a insistir nos investimentos em linhas ferroviárias em bitola ibérica, quando o resto dos países europeus (incluindo Espanha) investem em linhas ferroviárias em bitola europeia. Com estas incríveis decisões vamos obrigar as mercadorias a fazerem transbordos em Espanha para conseguirem chegar aos seus destinos, o que consubstancia um grave prejuízo para a nossa economia. Muitas empresas deslocalizar-se-ão do nosso país e outras nem sequer considerarão investir em Portugal. Eis um exemplo de uma grave dificuldade adicional que estamos a criar a nós próprios.
Volto nesta Coluna a referir que o desenvolvimento económico do nosso país é um assunto crucial para Portugal. Só assim podemos proteger os nossos salários, as nossas reformas e os apoios sociais do Estado e assim passar a reter os nossos jovens. Urge trabalhar para retermos os talentos que criamos!
Insisto, mais uma vez, que o desgoverno que há muito se vive no nosso país tem origem no nosso nefasto Sistema Eleitoral para a Assembleia da República. E que é fundamental introduzirem-se rapidamente Círculos Uninominais (em que é eleito por voto directo o deputado mais votado) para a eleição dos Deputados da Nação, que a Constituição já permite há mais de vinte anos! Só com esta reforma conseguiremos aproximar os eleitores dos deputados por eles eleitos.
Volto a afirmar que a iniciativa da Sociedade Civil, com a imprescindível participação em força dos mais jovens, é absolutamente fundamental para o desenvolvimento do Projecto que indico no parágrafo anterior, de uma enorme relevância cívica, política e económica e absolutamente determinante para a Qualidade da nossa Democracia. É, sem dúvida, a altura de actuarmos em conjunto!
A APDQ-Associação Por Uma Democracia de Qualidade, em colaboração com a Sedes e sob a liderança de José Ribeiro e Castro, elaborou uma proposta de grande relevo de Reforma do Sistema Eleitoral, para uma Assembleia da República com 229 deputados, dos quais 105 são eleitos pelo mesmo número de círculos uninominais. Esta proposta pode ser consultada no link: https://lnkd.in/ervfVep6
Quaisquer dúvidas podem ser esclarecidas e ou debatidas através do email: [email protected].