
Centro de Artes Villa Portela ultrapassa os três milhões de euros
O Centro de Artes Villa Portela, que deverá ser inaugurado em maio, ultrapassou o valor inicial de mais de 2,8 milhões de euros, e deverá fixar-se em cerca de três milhões de euros.
O valor foi divulgado pelo município de Leiria dias depois da apresentação da agenda cultural e visita ao novo espaço cultural da cidade. Segundo uma nota da Câmara, o valor base era de 2.869.765,95 euros + IVA, a que acresce mais de 219 mil euros.
“O acréscimo do valor da empreitada, que se cifra em 219.687,35 + IVA, relaciona-se com trabalhos de reforço estrutural do edifício atendendo à necessidade imperiosa da estabilização das paredes exteriores, ao reforço da laje térrea do edifício B e à substituição das janelas e de algumas portas atendendo à deterioração exponencial que estes elementos apresentavam”, esclarece o município quanto ao aumento dos custos da obra.
Faltam cerca de quatro meses para que o Centro de Artes Villa Portela abra portas à arte contemporânea, mas ainda há muito a fazer nos trabalhos de requalificação, cujos atrasos podem mesmo vir a prejudicar o calendário de inauguração, previsto para maio.
As obras deveriam ter terminado no final de 2023.
“Sentimos neste edifício o peso do tempo, já gostaríamos de ter aqui os primeiros acontecimentos enraizados no discurso da arte”, lamentou a diretora artística, Rita Gaspar Vieira, aquando da visita com os jornalistas ao Centro de Artes Villa Portela.
Tanto a diretora artística do Centro de Artes Villa Portela como a vereadora com o pelouro da Cultura, Anabela Graça, não arriscam uma data para a inauguração do espaço, embora maio seja o mês apontado e explicam o estado de degradação em que o edifício se encontrava.
“É sempre uma surpresa quando se começa uma obra desta natureza”, apontou a vereadora, classificando que obra como “muito exigente” porque se trata “de um edifício que obrigou ao reajuste do plano de trabalhos por diversas vezes, dadas as dificuldades que o empreiteiro encontrou”.
“Estamos perante um edifício que é uma marca muito relevante, e um dos edifícios que mais interesse despertará para os leirienses, sobretudo pela sua arquitetura, um edifício chalé, de construção de 1894, com uma área ajardinada que tem um potencial muito grande e que sempre despertou muito interesse, mas era privado”, descreveu Anabela Graça.
Centro de Artes com laboratório da criatividade
O “diálogo” será feito numa ligação entre os três espaços do Centro de Artes: o chalé, o laboratório e o jardim de 17 mil metros quadrados, que serão complementados com uma cafetaria. Foi ainda construído um pequeno auditório, com um lago, que pode ser coberto para receber eventos.
O chalé servirá como um espaço expositivo, que vai estar em permanente transformação, acolhendo ainda uma biblioteca onde será possível consultar livros.
O edifício central tem um piso subterrâneo que será utilizado para arrumos e questões técnicas. No piso térreo, vão existir três áreas dedicadas a exposições, espaço que será aumentado nos pisos superiores, num total de oito áreas expositivas. O último piso do chalé será dedicado a ‘media arts’.
Segundo a vereadora com o pelouro da Cultura, o laboratório será composto por dois pisos, sendo que piso superior haverá quatro boxes, “onde os artistas podem estar a produzir”. O piso térreo será dedicado à área de trabalhos, de produção. Destaque para os 17 mil metros quadrados de jardim. Anabela Graça destacou a “sustentabilidade” como “fator relevante” e “um desafio na ótica da programação”, pretendendo “estabelecer, sob ponto de vista do programa educativo e das linhas programáticas do centro de artes, uma relação muito estreita com esta mancha verde”. |