Falta de mão de obra leva ARICOP a enviar documento ao Governo e Parlamento

A direção da Associação Regional dos Industriais de Construção e Obras Públicas de Leiria e Ourém (ARICOP) enviou um documento ao Governo e aos vários grupos parlamentares, no qual expôs as principais dificuldades que o setor enfrenta, apelando à “tomada de medidas”, perante, por exemplo, a escassez de mão de obra.
A falta de mão de obra foi um dos temas que motivou o envio do documento, mas foram incluídos outros assuntos de índole fiscal e da contratação pública que, segundo a direção da ARICOP, carecem de correção, tais como o adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e o início da tributação em IMI de imóveis construídos para venda.
A direção da ARICOP destaca ainda que carecem de correção, as condições a observar para isenção de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, “a impossibilidade de dedução de imposto referente a viaturas ligeiras com mais de três lugares” e os prazos de apresentação da lista de “erros e omissões” e das propostas no âmbito das Empreitadas de Obras Públicas.

Empresários preocupados com “grave escassez de mão de obra”
Centrado no “grave problema da escassez de mão de obra”, cada vez mais “limitador” da atividade das empresas, decorreu recentemente um encontro/debate com os representantes das empresas associadas. O encontro juntou cerca de 30 participantes e representou para a associação “um importante momento de troca de opiniões e de auscultação das suas empresas associadas, contribuirão para futuras iniciativas da direção da associação”.
“O encontro constituiu ainda oportunidade para apresentação dos resultados das últimas iniciativas com vista à minimização do impacto deste cenário junto das empresas que representa”, salientou a direção da ARICOP, apontando o “aumento da idade média dos colaboradores” como a “principal preocupação patente nas respostas aos últimos questionários, remetidos às empresas”.
“Apesar do aumento do número de trabalhadores no setor da construção em Portugal, para o qual terá contribuído a população estrangeira residente em Portugal, estima-se que faltem atualmente várias dezenas de milhar de trabalhadores para concretização dos projetos do país, nomeadamente no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, sublinhou a direção da ARICOP.

Criada academia para incentivar formação de jovens
A escassez de mão de obra motivou a ARICOP a criar, em 2021, a RAMP Construction Academy, uma academia “constituída para incentivo e formação de jovens com vista ao desempenho de funções na área da construção, com a parceria com os serviços do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Leiria”.
O percurso formativo criado assegura bolsa de formação, é constituído por várias Unidades de Formação de Curta Duração e ainda por Formação Prática em Contexto de Trabalho desenvolvida nas empresas associadas aderentes ao projeto.
A versão 2.0 do mesmo programa, a iniciar brevemente permite o aperfeiçoamento de conhecimentos por trabalhadores já ao serviço das empresas, realça a ARICOP.
Com a versão ‘Summer RAMP’ criada para este projeto, cuja primeira edição decorreu em 2024, a associação permite o contacto de jovens estudantes com o contexto de trabalho em obras de construção, durante as suas férias escolares.
Um contacto que a associação “considera importante repor no currículo do ensino básico, nomeadamente através de disciplinas de “trabalhos oficinais”.