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Professores universitários com carreiras estagnadas, alertam sindicatos e instituições

José Moreira alertou para "a desigualdade" nos vencimentos dos professores de carreira das universidades e dos institutos politécnicos

Os professores do ensino superior têm salários congelados, carreiras estagnadas e são uma população envelhecida, segundo o retrato hoje traçado por instituições e sindicatos numa conferência realizada no parlamento, em Lisboa.

Orador na conferência "Valorização da carreira docente do ensino superior", o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior, José Moreira, salientou que os docentes e investigadores "têm sido particularmente penalizados" em termos salariais, por terem "perdido poder de compra nos últimos 20 anos".

José Moreira alertou, ainda, para "a desigualdade" nos vencimentos dos professores de carreira das universidades e dos institutos politécnicos e para o "problema muito grave" do envelhecimento docente.

De acordo com o sindicalista e professor universitário, "quase metade dos docentes" do ensino superior tem "acima dos 50 anos" e, como consequência, haverá "uma catadupa de pessoas" a reformar-se a curto e médio prazo.

O coordenador nacional do Departamento do Ensino Superior e Investigação da Federação Nacional dos Professores, Tiago Dias, enumerou as dificuldades no acesso à carreira, o bloqueamento de promoções e a estagnação "há muitos anos na mesma categoria", bem como o trabalho docente e científico "à margem da carreira".

José dos Santos Costa, vogal da Comissão Permanente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, reconheceu haver "professores estagnados na carreira há 20 anos" e que é preciso dar condições de trabalho, nomeadamente ao nível de "infraestruturas e equipamentos".

"Não podemos só olhar para os salários", afirmou o presidente do Instituto Politécnico de Viseu.

Em representação das instituições particulares e cooperativas, o vice-presidente da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado, Manuel José Damásio, advertiu para "o problema" de Portugal em "reter talento" e para a necessidade de dar "garantia de independência" aos docentes.

"Estamos a perder muitos cérebros, porque em Portugal os salários são muito baixos", disse a deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua, assinalando que a independência de professores e investigadores "só a estabilidade traz".

A deputada do PCP Paula Santos salientou "a injustiça" da progressão na carreira docente universitária se fazer "após seis anos consecutivos de avaliação máxima", apontando a integração na carreira como o "caminho adequado" para os "vínculos precários e falsos docentes convidados".

A conferência "Valorização da carreira docente do ensino superior" foi promovida pela comissão parlamentar de Educação e Ciência e teve a participação de deputados e representantes de instituições e sindicatos do ensino superior.

Janeiro 21, 2025 . 18:30

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