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Projeto SER - Saúde Mental, Estigma e Resiliência é lançado quinta-feira no Porto

O SER promove a criação de uma sociedade inclusiva

Um grupo de personalidades de várias instituições do Porto criou o SER – Saúde Mental, Estigma e Resiliência, um projeto com o objetivo de combater o estigma social associado à doença mental, cuja primeira iniciativa está agendada para quinta-feira.

Hoje, em declarações à agência Lusa, o professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS) e investigador no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) Mário Barbosa salientou que o projeto é “independente e aberto a todos”.

O objetivo é combater o estigma, mas promover a inclusão e a dignidade das pessoas. Uma pessoa que tem uma perturbação do foro mental não é uma ‘coitadinha’. Nós, em vez de falarmos em nós e neles, deveríamos falar sempre em nós, porque as diferenças enriquecem a sociedade”, referiu.

A criação do SER – que terá “em breve” um ‘site’ próprio e tem já um ciclo de conversas agendado até setembro e um ciclo de filmes em preparação – começou no final de 2023 quando personalidades do Porto decidiram juntar-se para refletir em como contribuir no combate ao estigma social e ao autoestigma associados à saúde mental.

Em informação remetida à Lusa, lê-se que o projeto, idealizado por personalidades das ciências da saúde, da investigação, da cultura, da educação e da comunicação social, promove a criação de uma sociedade inclusiva.

O SER conta já com membros de instituições como a Escola Superior de Media, Artes e Design (ESMAD) do Instituto Politécnico do Porto, a Escola Superior de Saúde (E2S) do Instituto Politécnico do Porto, a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), a Unidade Local de Saúde Santo António, representada pelo Hospital de Magalhães Lemos (HML), o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), a Universidade do Porto, o Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR), a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM).

Existe um estigma muito grande ligado à saúde mental (…). Apesar de preferirmos usar o termo ‘saúde’, efetivamente, por trás, existe sofrimento e o sofrimento pode não configurar uma doença, mas é sempre uma perturbação que prejudica a nossa vida, o nosso bem-estar, a nossa felicidade”, acrescentou Mário Barbosa.

Sugerindo que se pense na imagem de quem precisa de se colocar em bicos de pés ou pôr em cima de um banco para olhar para os outros de cima para baixo, Mário Barbosa explicou que o SER tem como meta colocar as pessoas a olhar-se entre si com os olhos ao mesmo nível, frisando: “ninguém se deve sentir inferior ao outro ou superior ao outro".

"Todos nós temos capacidades que são diferentes e, essas capacidades, de diferentes e várias formas, são úteis à sociedade”, disse.

A primeira iniciativa do SER está marcada para quinta-feira, às 18:00, no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, com uma mesa-redonda dedicada ao tema “Saúde Mental: Arte e Cultura”.

Moderada por Sandra Sousa, jornalista da RTP, a conversa contará com a participação de Pedro Morgado (professor na Universidade do Minho e coordenador regional de saúde mental do Norte), Andreia Magalhães (curadora do Centro de Arte Oliva, especialista em Arte Bruta) e José João Silva (enfermeiro do Hospital de Magalhães Lemos).

Queremos de alguma maneira ajudar a que este processo de estigmatização seja atenuado através da valorização das pessoas. Queremos valorizar o aspeto positivo, aquilo que tem de ser admirado, e não o discurso do ‘coitadinho’ e da pena”, acrescentou, à Lusa, Mário Barbosa, lembrando o exemplo do pintor Van Gogh.

Em fevereiro o tema será desporto e a conversa deverá decorrer na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

O modelo será sempre o mesmo: um especialista, seja psiquiatra ou psicólogo, um jornalista a moderar e pessoas que vivem esta realidade na primeira pessoa ou que têm contacto com ela”, descreveu o professor, juntando ao leque de interlocutores naturais os cuidadores.

 

Janeiro 22, 2025 . 12:50

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