Reportagem: Sala Afonso Lopes Vieira retrata fielmente legado do poeta leiriense
É preciso subir ao primeiro andar e atravessar, de uma ponta à outra, a Biblioteca Municipal de Leiria para chegar à porta que dá acesso à Sala Afonso Lopes Vieira. É para lá de umas pesadas cortinas que se esconde o ‘universo’ literário do poeta e escritor leiriense Afonso Lopes Vieira, um dos mais proeminentes nomes da literatura portuguesa, que ontem celebraria o seu 147.º aniversário.
A luz da sala é suave e o silêncio e o ambiente intimista convidam a contemplar a ‘sala--museu’, que reproduz fielmente o interior da “livraria particular” que Afonso Lopes Vieira tinha em sua casa, no Palácio da Rosa, em Lisboa. Aliás, a autenticidade do espaço pode ser comprovada por uma fotografia emoldurada a preto e branco. “Antes de Afonso Lopes Vieira morrer, deu a entender que gostaria de oferecer a livraria à cidade onde nasceu. Ele morreu no dia 25 de janeiro, em 1946, e no dia 30 de abril de 1955 foi inaugurada a biblioteca municipal nos Paços do Concelho de Leiria. Em 1997, viemos para esta biblioteca [no Terreiro] e esta sala tinha que vir connosco”, recordou a técnica da biblioteca, Manuela Abrunhosa, que guiou a equipa de reportagem do Diário de Leiria numa visita ao espaço, que pode ser conhecido gratuitamente até ao final do mês.
Se dúvidas houvesse quanto à ideia daquele espólio ser único no país, Manuela Abrunhosa esclareceu que de todas as bibliotecas públicas nacionais “está é a única que tem uma sala assim”, isto porque, uma das regras para qualquer biblioteca é a de “livre acesso”, o que não acontece com este espaço. “A biblioteca não é o edifício, é o conteúdo. E uma vez mudada a biblioteca fazia todo o sentido que a sala ficasse integrada”, sublinhou.
Veja as fotografias captadas por Luís Filipe Coito.
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