Última Hora
Pub

Antigo funcionário do IPO de Coimbra confessa ter tirado dinheiro a utentes

De acordo com acusação, o homem de 41 anos terá começado a retirar dinheiro de utentes que se dirigiam ao IPO para fazer exames no serviço de imagiologia

Um antigo funcionário do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra confessou hoje, em sessão de julgamento, ter tirado dinheiro de utentes e falhado nas suas funções, para fazer face à compulsão por jogo e apostas desportivas.

Todos os factos são verdade”, confessou, pedindo desculpa ao tribunal, às pessoas lesadas e por ter falhado nas suas funções.

O Tribunal de Coimbra começou hoje a julgar um antigo funcionário do IPO de Coimbra, que está acusado de ter tirar dinheiro de utentes e de pedir montantes para 'cunha' dentro da instituição.

O homem de 41 anos, que trabalhava no IPO desde 2006, está acusado pelo Ministério Público da prática de um crime de peculato e de um crime de corrupção passiva, por factos que terão ocorrido a partir de 2019, altura em que o arguido terá começado a mostrar compulsão por jogo e apostas desportivas.

De acordo com a acusação, para fazer face às dívidas que acumulava e às despesas do agregado familiar, terá começado a retirar dinheiro de utentes que se dirigiam ao IPO para fazer exames no serviço de imagiologia, onde trabalhava.

O arguido, que não prescindiu da leitura da acusação, admitiu os factos que lhe são imputados, entre os quais ter entrado ilegitimamente no vestiário, retirando quantias monetárias a vários utentes, totalizando pelo menos 390 euros, para além de ter compulsão por jogo e apostas desportivas.

Nesta primeira sessão de julgamento admitiu ainda ter trocado mensagens por WhatsApp com um casal de Castelo Branco, a quem disse poder usar a sua influência no IPO, no sentido de antecipar intervenções cirúrgicas que um dos elementos do casal aguardava.

Ao casal falou ainda das suas dificuldades económicas e foi pedindo algumas quantias, totalizando 500 euros.

Estava em desespero, a bola de neve já era tanta”, disse o arguido ao coletivo de juízes, evidenciando, no entanto, que “queria fazer o bem”.

Também sobre esta parte da acusação, confirmou os factos que lhe são imputados.

Ao Tribunal de Coimbra esclareceu ainda que ao casal de Castelo Branco foi restituindo voluntariamente o dinheiro, com exceção de 100 euros.

Perante a confissão integral do arguido, que não conteve as lágrimas, o Ministério Público prescindiu da audição de testemunhas arroladas.

Já a defesa optou por ouvir cinco testemunhas – amigos e antigos colegas de trabalho do arguido – que partilharam que o arguido é “uma boa pessoa” e “um bom profissional”.

Ainda durante a manhã de hoje, decorreram as alegações finais, com o Ministério Público a pedir a condenação do arguido, com suspensão da pena, por “ter mostrado arrependimento" e "não ter antecedentes”.

A advogada de defesa sublinhou que o arguido confessou os crimes de “forma integral e genuína”, sendo uma pessoa muito apreciada, inclusive em termos profissionais, solicitando, por isso, que, “caso haja uma pena, seja suspensa na sua execução”.

A leitura do acórdão ficou agendada para dia 11 de fevereiro.

 

Janeiro 30, 2025 . 14:40

Partilhe este artigo:

Junte-se à conversa
0

Espere! Antes de ir, junte-se à nossa newsletter.

Comentários

Seguir
Receba notificações sobre
0 Comentários
Feedbacks Embutidos
Ver todos os comentários
Fundador: Adriano Lucas (1883-1950)
Diretor "In Memoriam": Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: Adriano Callé Lucas
94 anos de história
bubblecrossmenuarrow-right