Figueira da Austrália representa Portugal em concurso europeu para Árvore do Ano
Uma figueira da Austrália, localizada em Coimbra, começa hoje a concorrer para Árvore Europeia do Ano, um concurso que destaca a importância das árvores no património natural e cultural da Europa.
A candidata portuguesa, decidida na sequência da vitória na edição nacional do concurso Árvore do Ano 2025, vai agora representar o país no concurso europeu “Tree of the Year”, cuja votação pública, realizada ‘online’, decorre entre hoje e dia 24.
Também conhecida como Figueira dos Amores, a árvore faz parte do património vivo dos Jardins da Quinta das Lágrimas, em Santa Clara, Coimbra, e foi anunciada como primeira colocada no concurso nacional, promovido pela União da Floresta Mediterrânica (UNAC), em dezembro de 2024, tendo alcançado 2.713 votos.
“Esta é talvez a árvore mais icónica do Jardim da Quinta das Lágrimas. Achei que tinha potencial para ser a árvore portuguesa do ano, candidatámos e, na sequência da vitória no concurso português, passámos ao concurso europeu”, afirmou hoje o presidente do Hotel Quinta das Lágrimas, Miguel Júdice.
O responsável, que falava à margem da cerimónia de entrega do prémio português, destacou ainda o empenho do hotel em “alguma dinamização, para pôr o país todo a votar nesta peça”.
A Figueira dos Amores, com cerca de 150 anos, “é uma árvore australiana, que aqui adquire uma dimensão semelhante à que adquire no seu país de origem”, apresentando 35 metros de altura,15 de perímetro de tronco e aproximadamente 40 de diâmetro de copa.
A árvore pode ser encontrada no Jardim, junto à Fonte dos Amores, espaço da história de amor de Pedro e Inês.
Apesar de a árvore ser muito mais recente do que a história de amor lá vivida, que atrai muitos visitantes, Miguel Júdice revelou que, dada a sua beleza e idade, “a grande estrela das fotografias é a árvore, que é, no fundo, um dos ‘ex-libris’ do jardim”.
Plantada no jardim, no século XIX, por um aristocrata colecionador de árvores, na sequência de trocas de sementes com o Jardim Botânico de Sydney, a peça chama a atenção pela dimensão dos seus ramos, tronco e raízes.
O concurso da Árvore Europeia do Ano surgiu em 2011, inspirado num concurso da República Checa, e busca não apenas a árvore mais bonita esteticamente, mas sim uma árvore com história, enraizada nas vidas e no trabalho das pessoas e da comunidade que a rodeia.
A votação ‘online’ para a Árvore Europeia do Ano é organizada pela Associação de Parceria Ambiental (EPA).
A UNAC aderiu pela primeira vez à iniciativa como organizador nacional em 2018, no mesmo ano em que uma árvore portuguesa ganhou o concurso internacional.