Cordão humano com 4,5 km em Évora sensibiliza população para prevenção do cancro
Cerca de sete mil pessoas, a maioria alunos, formaram hoje um cordão humano que contornou a muralha que circunda o centro histórico de Évora para sensibilizar a população para a importância da prevenção e diagnóstico precoce do cancro.
Vindos de muitas escolas da cidade, alunos, professores e funcionários vestidos com camisolas brancas formaram o cordão humano e, quando o conseguiram unir, durante dois minutos, deram as mãos, enquanto se ouviam sirenes dos bombeiros e da polícia.
“É preciso consciencializar todos para a prevenção desta doença, que pode afetar qualquer um de nós”, disse à agência Lusa Alda Soares, professora do ensino especial na Escola Básica do 1.º Ciclo da Cruz da Picada.
Elogiando a iniciativa e os seus objetivos, Alda Soares foi uma das docentes que acompanharam os cerca de 100 alunos dos 1.º ao 4.º anos desta escola que participaram na iniciativa.
Numa outra parte do cordão humano, Henrique Baião e Ricardo Coelho, ambos de 14 anos e colegas de turma na Escola de Santa Clara, disseram que é "importante que as pessoas percebam o que é o cancro e os impactos que tem”.
“Temos que mostrar que é uma doença má e chamar a atenção das pessoas para estarem atentas”, disse Ricardo, assinalando que a doença pode atingir qualquer um, como o caso de uma professora que dá aulas à turma e que enfrenta o cancro.
Integrado num grupo de 40 pessoas de uma associação de reformados e idosos da cidade, Armando Silva frisou igualmente que a doença “pode acontecer a todos”, pelo que “são importantes as iniciativas que alertam as pessoas para olharem pela sua saúde”.
Com uma extensão de cerca de 4,5 quilómetros, o cordão humano surgiu através do projeto “Educação para a Saúde” do Agrupamento de Escolas André de Gouveia (AEAG), para assinalar o Dia Mundial do Cancro.
“Não fazia sentido ser só o nosso agrupamento, então fomos falar com os outros agrupamentos todos, que aderiram muito entusiasticamente e correu muito bem”, salientou Conceição Marinho, a coordenadora do projeto.
A docente considerou que a iniciativa “pode ser um marco” na forma de as instituições trabalharem em conjunto, sublinhando que é “uma causa comum”, pois “o cancro afeta todos e todos somos poucos na luta contra esta doença”.
Além disso, vincou, este tipo de iniciativas pode ser um complemento às atividades em sala de aula sobre o tema.
“Esta iniciativa deixa marcas. Eles não se vão esquecer que estiveram aqui à volta da muralha, mesmo os mais pequeninos”, que na sala de aula “estão atentos nos dez primeiros minutos e, depois, temos de encontrar outras estratégias”, referiu.
Conceição Marinho apontou a necessidade de promover iniciativas de sensibilização na sala de aula e ao mesmo tempo organizar “iniciativas que parecem uma palhaçada, como às vezes as pessoas dizem, mas que têm um significado muito importante”.
“Vi miúdos pequeninos com sete anos a perguntarem o que é o cancro?”, acrescentou.
A iniciativa foi dinamizada pelos coordenadores do projeto de “Educação para a Saúde” nos quatro agrupamentos de escolas da cidade e contou com o apoio de várias entidades, como a câmara municipal, Universidade de Évora e PSP, entre outras.