Primeiro-ministro acusa PS de se ter precipitado sobre combustíveis mas admite tomar medidas fiscais
O primeiro-ministro acusou hoje o PS de se ter precipitado ao acusar o Governo de aumentar impostos sobre os combustíveis, mas voltou a admitir medidas fiscais caso haja uma “subida permanente” para desagravar o preço final.
No debate quinzenal no parlamento, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, tinha criticado o líder do PS, Pedro Nuno Santos, por ter responsabilizado o Governo pelo aumento do preço dos combustíveis há cerca de três semanas, desafiando-o a falar sobre as descidas das últimas duas.
Na resposta, o primeiro-ministro voltou a assegurar que “se houver uma escalada de preços que antecipe uma subida permanente a níveis que sejam insuportáveis” dos combustíveis, o Governo tomará medidas.
“Nós tomaremos as medidas, nomeadamente na área fiscal, para desagravar a situação e repor o equilíbrio no acesso aos combustíveis. Foi assim que foi feito pelo Governo anterior e foi muito bem feito”, disse o chefe do executivo.
Montenegro aproveitou para acusar Pedro Nuno Santos de ter ido a correr “atrás de um fogacho” – a subida significativa de uma semana - e reclamar a intervenção do Governo.
“Nós não aumentámos os impostos, nós fizemos algumas correções relativamente a uma situação que a União Europeia nos está a exigir, que tem a ver com a taxa de carbono e com o desconto do ISP durante o ataque à crise inflacionista, mas nós não agravámos a carga fiscal”, disse.
Segundo Montenegro, não houve aumento de impostos, mas “um nível de desconto que foi reduzido mas, ao mesmo tempo, reduzida também a incidência da taxa de carbono no mecanismo de formação do preço”, assegurando que “a fiscalidade sobre os combustíveis manteve-se na mesma.”
“Aqueles que quiseram antecipar uma crise tiveram azar, que o mesmo é que dizer que foram também imprudentes”, criticou.