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Diário póstumo de Joan Didion vai ser publicado em Portugal

“Notes to John”, descoberto num móvel ao lado da sua secretária começa em dezembro de 1999

Um diário de Joan Didion descoberto em casa da escritora após a sua morte, em 2021, no qual descreve as sessões mantidas com o psiquiatra, vai ser publicado em Portugal no segundo trimestre deste ano pela Cultura Editora.

Notes to John”, descoberto num móvel ao lado da sua secretária, começa em dezembro de 1999, logo após Joan Didion iniciar as sessões com o psiquiatra e os relatos que faz são endereçados ao seu marido, John Gregory Dunne, que morreu em 2003.

Como Didion escreveu numa carta a um amigo, a sua família estava a passar por “anos difíceis”, e foi nessa altura que começou a escrever “Notes to John”, apresentando descrições das suas sessões com o psiquiatra com detalhes meticulosos, informa a editora, em comunicado.

As sessões iniciais focavam-se em temas como alcoolismo, adoção, depressão, ansiedade, culpa e as complexidades dolorosas da sua relação com a filha, Quintana, que sofria de doença mental e alcoolismo, tendo morrido em 2005, com 39 anos.

Com o tempo, os temas abordados passaram a incluir o seu trabalho, que a escritora norte-americana considerava difícil de manter por períodos prolongados.

Este livro póstumo, que vai ser publicado em língua inglesa em abril, aborda também discussões sobre a sua infância — os mal-entendidos e a falta de comunicação com os seus pais, a sua tendência precoce para antecipar catástrofes — e a questão do legado, ou, como ela mesma classificou, “o que valeu a pena.

De acordo com a editora, que faz parte do grupo Infinito Particular, estas conversas foram centrais para a compreensão de Joan Didion sobre os temas que explorou nas obras tardias “O Ano do Pensamento Mágico” e “Noites Azuis”.

Para a Cultura Editora é um “prazer trazer aos leitores portugueses ‘Notes to John’, uma descoberta literária extraordinária que revela Joan Didion na sua forma mais íntima e vulnerável. Publicar esta obra em Portugal é uma honra, reafirmando o legado de uma das escritoras mais brilhantes do nosso tempo".

Joan Didion nasceu em Sacramento, Califórnia, em 1934, e trabalhou como jornalista antes de publicar o seu primeiro romance, "Run River", em 1963.

A escritora, cujos trabalhos como jornalista, ensaísta e romancista lhe trouxeram amplo reconhecimento quer nos Estados Unidos, quer noutros países onde foi traduzida, é autora de nove romances e oito livros de não-ficção.

O seu livro de memórias “O Ano do Pensamento Mágico”, publicado em Portugal em 2006, ganhou o National Book Award para não-ficção, em 2005, ano em que foi lançado nos Estados Unidos.

Nesta obra, Joan Didion inicia a sua viagem pela memória do ano mais transformador da sua vida, começando na noite em que o marido, com quem foi casada mais de 30 anos, morre de ataque cardíaco, e a sua única filha está em coma no hospital.

Referindo-se ao seu trabalho, Joan Didion disse certa vez que escrevia inteiramente para descobrir o que estava a pensar, a olhar, a ver e o que isso significava.

 

Notes To John
Fevereiro 6, 2025 . 19:02

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