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MP acusa timoneiro de barco naufragado em Tróia de quatro crimes de homicídio negligente

Em causa está o naufrágio da embarcação na zona costeira entre Tróia e Comporta em abril de 2024

O timoneiro da embarcação de pesca recreativa que naufragou em abril de 2024, perto de Tróia, no concelho de Grândola, foi acusado pelo Ministério Público (MP) de quatro crimes de homicídio por negligência, foi hoje anunciado.

Num comunicado publicado na página de Internet da Procuradoria-Geral Regional de Évora, o MP revelou que foi deduzida acusação contra o timoneiro da embarcação pela prática de quatro crimes de homicídio por negligência.

Em causa está o naufrágio da embarcação na zona costeira entre Tróia e Comporta, em 7 de abril de 2024, que causou a morte de quatro pessoas, três adultos e uma criança, que seguiam a bordo do barco.

O arguido, com 62 anos à data do sinistro marítimo, “seguia ao leme da embarcação", a qual, “fruto das condições adversas de tempo e de mar que se faziam sentir, foi atingida por uma onda e acabou por naufragar”, pode ler-se na nota do MP.

O timoneiro e proprietário da embarcação “foi o único sobrevivente do naufrágio”, acrescentou.

Como a Lusa noticiou na altura, a embarcação, com o nome “Lingrinhas”, em 07 de abril de 2024, levava a bordo quatro homens (incluindo o timoneiro) e um rapaz de 11 anos, alegadamente para irem pescar chocos, quando naufragou a cerca de milha e meia (aproximadamente três quilómetros) de Tróia.

O barco terá naufragado, afundando-se de seguida, por volta das 07:00, mas a Polícia Marítima só recebeu o alerta três horas depois, às 10:05.

O timoneiro e proprietário foi resgatado com vida por outro barco que passou na zona e, no próprio dia do naufrágio, foram retirados do mar os corpos do rapaz, de 11 anos, e de um outro homem, de 23.

As buscas mantiveram-se durante diversos dias, mobilizando meios por terra, mar e ar, com as autoridades a tentarem localizar, sem sucesso, os outros dois passageiros desaparecidos, o pai do rapaz, de 45 anos, e o outro homem, de 21 anos, irmão do jovem de 23 que já havia sido encontrado.

Os corpos acabaram por ser encontrados dias depois, um na praia Bico das Lulas, em Tróia, e outro na zona da Comporta.

Na altura do sinistro, o jornal Observador noticiou que o barco estava “registado na Polónia e não recebia ‘vistorias’ das autoridades portuguesas”.

A embarcação “não era controlada pelas autoridades portuguesas, não sendo possível saber os equipamentos de segurança” que se encontravam a bordo, segundo o mesmo jornal.

De acordo com a nota do MP, o inquérito judicial ao caso foi dirigido pela secção de Grândola do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Setúbal, com a coadjuvação da Polícia Marítima de Setúbal.

Fevereiro 6, 2025 . 15:30

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