Região de Leiria recebe 1,5 ME para plataforma de gestão urbana
A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Leiria vai receber 1,5 milhões de euros (ME) para a instalação de uma plataforma de gestão urbana com dados de ocorrências, transportes públicos, resíduos ou água dos seus 10 municípios.
“Com um investimento global associado de 1.676.000 euros, a candidatura, agora aprovada pela Agência da Modernização Administrativa, concretiza um projeto inovador de desenvolvimento de uma plataforma” aberta a todos os municípios da CIM para a partilha de dados, revela esta entidade numa nota de imprensa.
De acordo com a informação enviada à Lusa, a plataforma vai ser “uma solução digital para uma visão unificada do território” da Região de Leiria, “bem como para cada município, através da integração de dados de diferentes domínios e da interoperabilidade dos sistemas de informação”.
“A plataforma de gestão urbana comum da Região de Leiria integrará dados provenientes de diversas plataformas verticais, abrangendo os domínios da ENTI [Estratégia Nacional dos Territórios Inteligentes], nomeadamente ambiente, economia, governança, mobilidade, qualidade de vida e sociedade, acrescentando-se também a vertente do turismo, essencial para monitorizar e acompanhar, tendo em conta o crescimento do turismo a nível nacional e regional”, adianta.
Os dados a integrar na plataforma, com base no levantamento realizado nos municípios da CIM, através de plataformas verticais existentes e a adquirir, passam pela gestão de ocorrências, catalogadas “por níveis de severidade, permitindo o acompanhamento em tempo real do fluxo de resolução”, e de estacionamento, com “dados sobre a ocupação dos parques de estacionamento dos municípios”.
A gestão de transportes públicos (dados sobre as paragens, linhas/rotas e posicionamento das viaturas em tempo real), e de transportes a pedido (deslocações pontuais da população, principalmente idosa) são outros exemplos indicados pela CIM, a que se soma gestão escolar e dos transportes escolares.
A plataforma vai integrar também a gestão de resíduos sólidos (com dados sobre a utilização dos contentores inteligentes), a monitorização da qualidade do ar e ruído, e a gestão de consumos de água (dados sobre o consumo de água em tempo real, permitindo a deteção de desperdícios e fugas) e de rega de espaços verdes (dados sobre a humidade do solo e previsão de chuva, permitindo a otimização da rega).
Por outro lado, vai incluir informação sobre o consumo dos habitantes e visitantes num determinado município, “permitindo analisar picos, efeito e impacto de eventos e momentos específicos”, e do turismo (alojamentos, estadias e perfil de consumo).
Segundo a nota de imprensa, “a criação de serviços públicos mais eficientes e próximos do cidadão, bem como a melhoria da tomada de decisão dos agentes públicos, através da integração e análise de dados de diferentes fontes numa única” plataforma de gestão urbana, estão entre os objetivos do projeto.
Promover maior coesão territorial, assegurar a cobertura do território com uma plataforma de gestão urbana, “contribuindo para a transição digital do setor e privilegiando candidaturas com maior número de municípios envolvidos”, e gerar o maior volume de dados e inteligência sobre o território estão, igualmente, entre os objetivos.
Este projeto, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência em 1,5 milhões de euros, vai ser implementado até junho de 2026 nos concelhos da Região de Leiria (Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós).
À Comunidade Intermunicipal cabe suportar o restante valor da aquisição e instalação da plataforma e serviços de inteligência territorial associados.