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Macron defende "estratégia Notre Dame" para investimento europeu em Inteligência Artificial
O Presidente francês apelou hoje aos europeus para que “entrem em ação” e recuperem o atraso em termos de inteligência artificial (IA), sugerindo uma estratégia “Notre-Dame”, numa referência ao tempo recorde de reconstrução da catedral parisiense após um incêndio.
“É tempo de acordar e de ter uma estratégia europeia”, defendeu, em inglês, Emmanuel Macron no primeiro dia da cimeira mundial sobre inteligência artificial, em Paris.
O líder francês usou o exemplo da catedral ‘Notre Dame’ e sublinhou como com um “calendário claro” se alcançam objetivos, apelando designadamente para uma gestão simplificada.
"Esta “abordagem ‘Notre Dame’ será adotada para os centros de dados, as autorizações de comercialização, a IA e a atratividade”, argumentou Macron frente a plateia de jornalistas e empresários do mundo tecnológico.
O governante indicou ainda que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentará na terça-feira “a Estratégia Europeia para a IA”, que deverá permitir à Europa “acelerar, simplificar (a sua) regulamentação, aprofundar o mercado único e também investir na capacidade de computação”.
“Precisamos de mais Europa e precisamos de proporcionar um mercado único maior para todas as ‘start-ups’ que estão a ser lançadas na Europa”, acrescentou.
O Presidente francês já tinha anunciado o investimento de 109 mil milhões de euros em IA até 2031, nomeadamente na construção de centros de dados.
O investimento será de 50 mil milhões de euros dos Emirados Árabes Unidos, 20 mil milhões de euros do fundo canadiano Brookfield e 10 mil milhões de euros da empresa britânica Fluidstack.
Também hoje, um grupo de mais de 60 empresas europeias lançou uma iniciativa para fazer da Europa “um líder mundial em inteligência artificial”.
As empresas envolvidas sublinharam em comunicado que, para a adoção em larga escala da IA na Europa, precisam de colaborar “laboriosa e construtivamente” com a Comissão Europeia e os governos dos países membros para criar um quadro regulamentar “drasticamente simplificado” que “desbloqueie a inovação local e a liderança global” e apoie os esforços para uma estratégia abrangente.
A lista de empresas envolvidas inclui multinacionais de diferentes setores, como o BNP Paribas, o Deutsche Bank, a TotalEnergies, a E.ON, a EDF, a Siemens Energy, a Orange, a Deutsche Telekom, a CMA-CGM, a L'Oréal, a Mercedes-Benz a Porsche, a Airbus, a Lufthansa, entre outros.
Há também algumas cuja atividade está diretamente relacionada com a Internet, como a Spotify, a SAP ou a Mistral AI.