As mesmas causas não produzem resultados diferentes
Depois dos oito anos desastrados da governação de António Costa, de coabitação com algumas das ideias da extrema-esquerda do Bloco e do PCP, esperar-se-ia que a chegada ao poder de um governo do centro-direita, que na oposição falava frequentemente de reformas, tomaria em mãos com competência novas ideias, novas políticas e faria as reformas prometidas. Infelizmente, a sensação geral é a de continuidade, com algumas intenções diferentes de pormenor, mas iguais no essencial.
Aquilo que seria necessário, uma definição estratégica dos objectivos a atingir e alguma capacidade de planeamento, passado quase um ano, não se vislumbra. O que se verifica é a mesma navegação à vista pelo meio dos escombros e das dificuldades do dia a dia, o mesmo papel do Estado de contentar as corporações, sem, todavia, que isso implique novos objectivos e novos modelos organizativos.
O novo governo da AD segue as pisadas dos seus antecessores de substituir as pessoas, mas sem compreender que o problema não é o de encontrar pessoas diferentes, mas com as mesmas características de superficialidade, inexperiência e com os mesmos vícios de utilização dos cargos para algum benefício pessoal e de grupo. Pior, sem a continuidade nos respectivos postos, que permitiria desenvolver alguma experiência e criar a memória da organização.
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