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Electrão recolheu 36 mil toneladas de equipamentos elétricos em 2024
A associação Electrão recolheu no ano passado mais de 36 mil toneladas de equipamentos elétricos, tendo aumentado a recolha mas também a reutilização, indica um balanço da entidade, que salienta ainda assim o não cumprimento de metas.
“Apesar dos resultados positivos, Portugal ainda não cumpre as metas europeias e há problemas que persistem – a acumulação e o mercado paralelo”, diz a associação num balanço sobre 2024 divulgado hoje.
O Electrão – Associação de Gestão de Resíduos é uma entidade responsável por três dos principais sistemas de recolha e reciclagem de resíduos: embalagens, pilhas e equipamentos elétricos usados. Gere uma rede que em 2024 chegou a 13.500 pontos de recolha de equipamentos elétricos e pilhas usadas (mais 2.103 do que em 2023) e é também responsável pela reciclagem de embalagens em todo o país.
Segundo o balanço o Electrão encaminhou para reciclagem no ano passado mais 31% de equipamentos elétricos. A associação destaca um aumento de 43% na recolha de equipamentos elétricos de grandes dimensões e diz também que a reutilização de equipamentos elétricos subiu 14%.
As mais de 36 mil toneladas de resíduos representam um crescimento de 31% em relação ao ano anterior (27 mil toneladas) e de 52% face a 2022 (24 mil toneladas).
Entre os elétricos mais entregues para reciclagem figuram os de grandes dimensões como máquinas de lavar roupa ou frigoríficos (22.233 toneladas), seguindo-se equipamentos como aspiradores, torradeiras ou ferros de engomar (6.837 toneladas).
Foram ainda recolhidas, de acordo com o balanço, 4.470 toneladas de equipamentos de informática e telecomunicações (como telemóveis), 2.456 toneladas de ecrãs e 313 toneladas de lâmpadas.
O Electrão enfatiza o aumento na recolha dos grandes equipamentos pelo facto de haver um mercado paralelo, com esses equipamentos a serem desviados e a não chegarem a ser corretamente descontaminados e reciclados.
A associação salienta também a necessidade de continuar a sensibilizar as pessoas para entregarem os equipamentos usados para reciclagem, combatendo o mercado paralelo e, também, a acumulação de aparelhos inúteis.
“Verificamos, com entusiasmo, que os resultados alcançados têm vindo a crescer, de ano para ano (…). Mas queremos melhorar ainda mais, porque continuamos longe de atingir os objetivos desejados na reciclagem de equipamentos elétricos em Portugal”, disse o diretor-geral de elétricos e pilhas do Electrão, Ricardo Furtado.
E acrescentou: “Com a entrada em vigor da nova licença, que regula a atuação das entidades gestoras, e com metas mais ambiciosas de reciclagem, este ano de 2025 representa uma pressão adicional para o país e para o sistema de gestão de resíduos elétricos, com a necessidade de aumentar ainda mais as recolhas e de recorrer a novas soluções para envolver o cidadão.”
Além da reciclagem, o Electrão, recorda, incentiva a reutilização de equipamentos elétricos, seja através da doação (com o projeto Ondedoar.pt), ou da reparação (com o Academia REPARA).
O processo de verificar o potencial de reutilização dos equipamentos permitiu que no ano passado fossem reutilizadas 1.327 toneladas de aparelhos elétricos, um aumento de 14% em relação a 2023.