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Prisão preventiva para suspeito de homicídio de vizinho em Alcobaça
O Tribunal de Leiria decretou hoje a prisão preventiva do homem suspeito do homicídio qualificado de um idoso, vítima de “violência extrema e tortura”, no concelho de Alcobaça, em novembro de 2020, informou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
“O detido foi presente às autoridades judiciárias competentes ficando sujeito à medida de coação mais gravosa de prisão preventiva”, informou a PJ na sua página na internet.
O homem, de 58 anos, foi detido na quarta-feira, suspeito do homicídio qualificado de um vizinho, de 75 anos, que “ficou ferido com gravidade e acabou por falecer, em resultado da violência extrema e tortura exercida”.
O crime ocorreu em 23 de novembro de 2020, tendo o idoso sido encontrado morto em casa, na localidade de Fervença, freguesia de Maiorga, no concelho de Alcobaça, distrito de Leiria, com marcas de ter sido amarrado nos pés e nas mãos, disse na altura à agência Lusa o comandante do Destacamento Territorial das Caldas da Rainha da GNR, Diogo Morgado.
Este responsável revelou, então, que havia indícios de que não se teria tratado de "um suicídio" e que o caso tinha sido comunicado à PJ.
Numa nota divulgada na quinta-feira, a PJ refere que “iniciou, de imediato, diligências de investigação, que se mantiveram persistentemente durante quatro anos” e que permitiram “a recolha de um relevante acervo de prova”, nomeadamente vestígios “suscetíveis de tratamento e análise científica, bem como a identificação do autor, vizinho da vítima".
“A identificação do agressor foi possível em resultado da tecnicidade que pautou a realização dos exames no local e das perícias efetuadas pelo Laboratório de Polícia Científica da PJ”, lê-se na nota.
A PJ indica que existiu ainda “uma coincidência a nível internacional” no âmbito do Tratado Prüm, com a colaboração do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses e das autoridades francesas, ao abrigo da cooperação internacional.
“O suspeito era já procurado pelas autoridades de França pela prática de um crime de roubo agravado, ocorrido em 2016”, refere a PJ, acrescentando que foi proposta ao Ministério Público de Leiria a emissão de um mandado de detenção fora de flagrante delito, que foi cumprido na zona de Lisboa, para onde o suspeito foi residir após o homicídio em Alcobaça.
Segundo a PJ, na origem da agressão terá estado o facto de o suspeito saber que o idoso guardava todo o seu dinheiro em casa.