S.O.S. Associativismo
O associativismo é, consensualmente, um espaço de cidadania participativa. Quando uma associação nasce, surge com/da paixão de pessoas que se sabem criadoras de algo tão suficientemente agregador, que consegue ter a força necessária para ver a luz do dia. Depois, as associações vão crescendo, alargando o seu âmbito de ação e vendo crescer o seu impacto junto da comunidade. Não sendo, por si só, este um problema, a verdade é que, não raras vezes, surgem ‘dores deste crescimento’, como a complexidade e exigência na sua gestão, que, sem a devida retaguarda, levam o mais voluntarioso ser a um estado limite.
Talvez por este motivo, surja, amiúde, o registo de grandes dificuldades nas sucessões diretivas de associações culturais e desportivas. Trata-se de um problema nacional, transversal a diferentes áreas de atividade e sobre o qual muito se tem escrito. O que está, então, a acontecer? Do que se fala quando se fala de crise no associativismo?
À luz do meu conhecimento e experiência (muito circunscrita ao contexto desportivo, é certo), creio poder elencar quatro grandes fatores que devem ser alvo urgente de reflexão e ação, chamemos-lhe nós de constrangimentos ou de desafios, consoante a perspetiva que queiramos ter ‘do copo’.
Em primeiro lugar, o crescimento exponencial de despesas associada à atividade geral de uma associação. O reflexo do aumento do custo de vida, não tem encontrado o devido respaldo no crescimento equiparado de apoios à sua atividade, nem nas mensalidades estipuladas e muito menos nas taxas de execução de quotizações. A lista é extensa: alugueres de espaços, seguros desportivos, equipamentos, deslocações, inscrições, manutenção de uma frota automóvel que sirva as necessidades das associações, respeitando os requisitos legais para o transporte coletivo e de crianças, e outras tantas rúbricas contabilísticas – o seu somatório assusta os mais corajosos.
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