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Doentes crónicos em Portugal têm piores resultados em saúde
As pessoas com doenças crónicas em Portugal têm piores resultados de saúde e uma experiência de cuidados abaixo da média da OCDE, segundo um estudo internacional hoje divulgado.
De acordo como Patient Reported Indicators Surveys (PARIS), o maior inquérito internacional aplicado a utilizadores de serviços de saúde, hoje apresentado em Lisboa, pouco menos de metade (49%) dos doentes crónicos em Portugal recebem apoio suficiente para gerir a sua própria saúde, abaixo da média de 63% da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Os dados do estudo indicam que menos de metade (49%) das pessoas com doenças crónicas em Portugal dizem haver boa coordenação de cuidados, um valor inferior à média da OCDE (59%) e 32 pontos percentuais abaixo do país com melhor desempenho (81%).
Cerca de três em cada quatro (73%) dizem ter um bom funcionamento social, que mede a forma como as pessoas desempenham as suas atividades e papéis sociais habituais. Este valor está 10 pontos percentuais abaixo da média da OCDE (83%).
Do mesmo modo, três em cada cinco pessoas (61%) com doenças crónicas em Portugal falam de um bem-estar positivo, que reflete o estado de espírito, a vitalidade e a realização, um valor 10 pontos percentuais abaixo da média da OCDE (71%).
Quatro em cada 10 (42%) doentes crónicos em Portugal referem um bom estado geral de saúde, significativamente abaixo da média da OCDE (66%), e pouco mais de metade (54%) confia no seu sistema de saúde, abaixo da média da OCDE, que chega aos 62%.
Os dados hoje divulgados indicam ainda que mais de metade (57%) das pessoas com doenças crónicas em Portugal dizem ter boa saúde física - medida em termos de função física, dor e fadiga -, um valor também inferior à média da OCDE (70%).
O PaRIS é o primeiro inquérito internacional que fornece indicadores harmonizados sobre as experiências de cuidados de saúde e os resultados em matéria de saúde das pessoas com 45 anos ou mais que vivem com doenças crónicas, em especial no âmbito dos cuidados primários de saúde.
Abrangeu um total de 100.000 pessoas, em 19 países, entre eles Portugal, onde foram inquiridos mais de 12.000 utentes de 91 centros de saúde.