A geopolítica vista da China
Tomei recentemente conhecimento de uma entrevista feita a um coronel reformado do exército chinês que num inglês impecável passa em revista a geopolítica do nosso tempo e, surpreendentemente, em linha com muito do que penso e do que tenho escrito. Exemplos:
Ucrânia – Apesar de considerar que o Ocidente cometeu erros no seguimento da queda do muro de Berlim, faz a sugestão de que a China e a India têm as melhores condições para negociar a paz na Ucrânia, que é exatamente o que escrevi há uma ano, através da ideia de que António Guterres criasse uma comissão com base na Assembleia Geral da ONU, comissão composta por três países e dirigida pela China, para negociar a paz. Ou seja, a ideia colocaria a ONU no centro daquilo que é sua função, a defesa da paz, enquanto se conseguiriam dois outros objectivos: obter uma clarificação da posição chinesa; evitar a então já previsível entrada em cena de Donald Trump nas negociações de paz. Infelizmente, em vez disso António Guterres tem tornado a ONU irrelevante, quando a instituição é mais necessária do que nunca.
Donald Trump – O militar chinês desvaloriza as ideias e acções já expressas pelo novo presidente norte-americano e a sua equipa, por ser um certo grau de incoerência prática, nomeadamente no caso da preferência norte americana, já expressa, de intervenção preferencial no Pacifico, dando nota de que outros países da região como o Japão, Coreia, Austrália e Filipinas, poderão não seguir as intenções belicistas de Trump. Quanto a Taiwan, afirma que a China quer seguir a via de uma reunificação pacifica, o que seria muito facilitado se os Estados Unidos e o Ocidente aceitassem, em tese, esse princípio.
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